Resgate de Peixes
[103-2, 103-3, 304-2]

A parada de máquina é um evento operacional com potencial impacto ao meio ambiente aquático. Porém, com a realização bem-sucedida das manobras, ocorre aprisionamento de um número significativamente menor de peixes. Isso reflete na baixa significância deste impacto, já que este é um fator resultante da conjugação de diversos outros como severidade/intensidade (forte ou fraca), abrangência (se local ou regional), detecção (se fácil e de ação rápida ou não) e duração.

O evento pode ser analisado como de impacto significativamente baixo para a atividade de manutenção das unidades geradoras, pois a ação vem ocorrendo considerando a intensidade (quantidade de peixes capturados) baixa, associada à rápida detecção que requer tomada de medidas também de soltura rápida e, ainda, em uma duração curta, garantindo a maior taxa de sobrevivência dos espécimes resgatados e soltos.

A parada de máquina é precedida por um planejamento detalhado e como resultado final produz-se um cronograma das atividades a serem realizadas, em que fica explícito o responsável pela ação e sua duração. Durante esta etapa são chamadas a participar da reunião todas as áreas envolvidas, inclusive biólogos e técnicos da Superintendência de Gestão Ambiental, responsável pelo resgate de peixes dentro da unidade geradora.

O fator intensidade é controlado pela interrupção do fluxo de água no momento mais próximo possível da atividade de colocação das comportas de manutenção de jusante, o que impedirá a entrada de peixes para dentro do tubo de sucção da unidade geradora. O fator detecção é controlado pelo planejamento, que prevê exatamente o momento que a equipe entrará para fazer o resgate – e nunca ultrapassando o segundo dia de parada da unidade geradora.

Uma ação não bem elaborada poderia resultar em impacto significativamente maior, o que nunca ocorreu, permitindo-se relatar como de significância baixa de acordo com a quantidade de peixes resgatados, fator este ligado à severidade/intensidade.

Desde 1987, foram resgatados 73 mil peixes das unidades geradoras pelas equipes da Divisão de Reservatório brasileira e paraguaia. No ano de 2018, 475 peixes de 46 espécies foram retirados das unidades geradoras e liberados em seu ambiente de origem, após 14 operações realizadas para retirar os peixes aprisionados nos condutos forçados, by-pass e tomada d’água das unidades geradoras durante paradas para manutenção.

Também no período analisado, foi assinado um convênio com a Universidade Federal do Paraná para o desenvolvimento de ferramentas de monitoramento da biodiversidade de peixes empregando DNA ambiental. Ao longo do ano, 25 amostras de tecido de 18 espécies foram agregadas ao banco de amostras e permitirão o desenvolvimento da primeira etapa do trabalho, que é o estabelecimento de um banco de DNA de referência.