Produção de Peixes em Sistema Fechado (Bioflocos)
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O programa apoia o desenvolvimento sustentável da piscicultura e tem apresentado resultados positivos ao longo dos anos, inserido no maior polo produtor de pescado no Brasil – região Oeste paranaense.

Além do significativo aporte de efluentes de produção nos corpos d’água gerados durante o cultivo, para a produção de um quilo de pescado em sistemas tradicionais são necessários mais de 20 mil litros de água. No caso da produção paranaense de peixes durante o ano (129 mil toneladas), estima-se o uso de 2,58 bilhões de metros cúbicos de água – em sua maioria oriunda da bacia do reservatório da Itaipu.

Com este cenário, o apoio ao desenvolvimento e à disseminação de modelos sustentáveis na aquicultura é um dos principais focos do programa Produção de Peixes em Nossas Águas. Ações como o cultivo de peixes pelo sistema Biofloc Technology (BFT), traduzido como bioflocos, garantem um ambiente saudável para crescimento e reprodução dos peixes e evita a necessidade de renovação da água. São altamente eficientes e importantes no quesito biossegurança, principalmente perante a possibilidade de ocorrência de graves patologias de ampla disseminação, difícil controle e erradicação, pondo em risco toda a cadeia produtiva regional.

O biofloco é um aglomerado de micro-organismos composto por fungos, protozoários e bactérias. Eles são responsáveis pela ciclagem e retirada de nutrientes gerados do processo de excreção e da sobra de alimentos durante um cultivo. A degradação de compostos nitrogenados, tóxicos aos peixes, permite a produção de proteína microbiana (biofloco) que, em um segundo momento, pode ser aproveitada pelos peixes durante a alimentação.

O grande desafio da Itaipu está na inserção deste modelo no Oeste paranaense, proporcionando maior eficiência, segurança hídrica e competitividade no longo prazo. As atividades de pesquisa e desenvolvimento com o BFT tiveram início em 2014, com testes conduzidos para a produção de alevinos e juvenis. Os principais resultados estão associados às altas taxas de sobrevivência de formas jovens (acima de 90%), alto desempenho zootécnico e gestão controlada de todo o efluente produzido.

A empresa está atuando na implementação de uma unidade de desenvolvimento e disseminação de tecnologias sustentáveis para a aquicultura. Localizada no Refúgio Biológico de Santa Helena, município próximo ao maior polo produtor do Brasil, o centro será um disseminador de novas práticas, aplicáveis à realidade do arranjo produtivo local, visando longevidade à cadeia produtiva e norteada pelo uso racional de recursos naturais.