A Itaipu Binacional voltou a assumir a liderança mundial em produção anual de energia elétrica em 2015, mesmo em cenário de seca enfrentado por grande parte do Brasil pelo segundo ano consecutivo, principalmente no primeiro semestre. A produção foi 1,6% maior que a do ano anterior e 2,5% maior que a registrada pela hidrelétrica chinesa Três Gargantas, para quem a binacional perdeu o primeiro lugar em 2014, em virtude da crise hídrica.
Embora a produção tenha ficado abaixo da média dos últimos anos (cerca de 90 milhões de MWh), foi bem superior à quantia prevista no projeto da usina: 75 milhões de MWh. O suprimento ao mercado brasileiro foi 1,9% superior em relação ao ano anterior, confirmando assim o papel estratégico e fundamental da usina para a segurança energética e desenvolvimento do país.
Outras características que tornam a usina de Itaipu essencial ao sistema elétrico brasileiro são: a capacidade de, em poucos minutos após demandada, prover uma quantidade de potência da ordem de milhares de MW, tanto para atender picos de consumo quanto para substituir outras fontes de energia que eventual e repentinamente parem de funcionar; e a grande capacidade da usina em contribuir para o controle da tensão numa faixa adequada, que garante segurança técnica do escoamento da energia até os consumidores.
O percentual de tempo durante o qual as unidades geradoras permaneceram em operação ou disponíveis para a operação em 2015 foi de 96,49%, superando a meta estabelecida como “igual ou maior a 94%”.
Isso significa que 96,49% da água turbinável foi utilizada efetivamente para produção de energia elétrica. A meta para o índice de disponibilidade de geração para 2016 é igual ou maior a 94%.
A projeção de geração da usina para 2016 é positiva. A expectativa é que supere os 90 milhões de MWh, o que não ocorreu nos últimos dois anos, sendo beneficiada pelos efeitos do El Niño, fenômeno que altera o regime hidrológico. Com mais chuvas na região Sul do Brasil, a volta das chuvas no Sudeste e Centro-Oeste e o gradativo enchimento dos reservatórios, o Brasil vai usando cada vez mais as hidrelétricas, com custo de produção menor, ao mesmo tempo em que adquire condição para desligar progressivamente as termelétricas e prover energia mais barata e menos poluente para o consumidor brasileiro.
Há fortes indicativos de que será possível atingir uma marca inédita na história operativa da usina: a produção de 100 milhões de MWh/ano. Ao final do primeiro semestre de 2016, de forma inédita, a produção da usina já havia ultrapassado os 51 milhões de MWh, superando inclusive a produção no mesmo período de 2013, ano em que a Itaipu gerou 98,6 milhões de MWh e bateu seu próprio recorde. O alcance da meta, porém, depende de outros fatores externos à operação da hidrelétrica, como a afluência do Rio Paraná, a disponibilidade dos sistemas de transmissão e o consumo dos países sócios.
[G4-EU1]
[G4-EU2]
Para produzir a mesma quantia de energia elétrica gerada pela Itaipu em 2015, seriam necessários aproximadamente 44 milhões de metros cúbicos de gás/dia ou 510 mil barris de petróleo/dia (a produção brasileira de petróleo em 2015 foi de 2.128 mil barris/dia). A emissão evitada de CO2 foi de 77 milhões de toneladas, se essa energia tivesse sido gerada por carvão, e de 34 milhões de toneladas por gás.
[G4-8; G4-EU2]
[G4-EU30]
- 700 MW é a capacidade nominal de cada unidade geradora, suficiente para abastecer 2,5 milhões de residências com consumo médio mensal de 200 kWh. As 20 unidades geradoras totalizam 14.000 MW e juntas têm capacidade de abastecer 50 milhões de residências.
- 89.215.404 MWh foi a energia produzida pela Itaipu em 2015, que seria suficiente para suprir o consumo de todo o Nordeste do Brasil por um ano e um mês; a região Sudeste, por quatro meses; e o Sul por um ano. Atenderia também toda a demanda de uma cidade como São Paulo por três anos; Curitiba por 18 anos; e Foz do Iguaçu por 155 anos e 8 meses.
- 2,3 bilhões MWh produzidos nos 31 anos de operação seria suficiente para suprir o consumo da região Norte do Brasil por 71 anos e 5 meses; do Sudeste por 9 anos e 6 meses; e o Sul por 27 anos e 3 meses. Toda a demanda de uma cidade do porte de São Paulo seria atendida por 78 anos e cinco meses; a de Curitiba, por 467 anos; e a de Foz do Iguaçu, por 4.036 anos e 1 mês.
- 29 bilhões m3 de água são armazenados no reservatório da Itaipu. Embora seja o sétimo maior do país, o reservatório possui o melhor índice de aproveitamento da água: cada 0,1 quilômetro quadrado de área alagada pode gerar 1 MW.
- 54 hidrelétricas produzem energia com as águas que chegam à Itaipu. Essas águas provêm de diversos rios, pertencentes a quatro bacias hidrográficas: a do Paranaíba, do Grande, do Tietê e do Paranapanema.