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Turismo
Turismo rural do Paraná entra na rota da Itália
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05/09/2008

O que a arte e a arquitetura renascentistas podem ter em comum com as Cataratas do Iguaçu? “Tutto”, exclamou o engenheiro agrônomo italiano Giuseppe Muziarelli, presidente da Associação de Agroturismo de Toscana. Na quinta-feira, no intervalo entre uma das 12 apresentações do Workshop Turismo Rural, que acontece no Auditório César Lattes, no Parque Tecnológico Itaipu, Muziarelli ressaltou que, da mesma forma que as belezas esculpidas pela mão do homem ajudaram a alavancar o agroturismo da região de Toscana, o mais desenvolvido do mundo, a exuberância da natureza nas quedas do Rio Iguaçu pode fazer o mesmo na região Oeste do Paraná.

 

      Giuseppe Muziarelli “Toscana, que tem em Florença, o berço do Renascimento, uma das suas principais cidades, concentra muitos dos patrimônios históricos do planeta, o que a ajuda a ser muito conhecida e a atrair turistas para a região agrícola”, exaltou. “É o que também pode ser feito aqui ao se aproveitar o privilégio de ter as Cataratas do Iguaçu e o trabalho desenvolvido pela Itaipu na área ambiental”, concluiu.

 

O workshop chega, nesta sexta-feira, ao seu terceiro e último dia. Mais nove palestras vão promover o intercâmbio de experiências no agroturismo entre Toscana, na Itália, e o Paraná. O evento é a primeira ação prática do convênio de cooperação técnica-científica firmado na quarta-feira entre Itaipu, Universidade de Pisa (UNIPI) e Universidade Federal do Paraná (UFPR). Além de representantes das três instituições, também participam do encontro entidades ligadas ao turismo rural no Paraná, prefeituras, estudantes de turismo e produtores rurais.

 

      Marcos Baumgartner Há décadas os italianos fazem dos passeios às suas fazendas um negócio lucrativo. Itaipu e UFPR não os escolheram como parceiros à toa. “Temos muito a aprender com eles, que realizam um trabalho fantástico nessa área”, reconheceu Marcos Baumgartner, responsável pelo Projeto Turismo Rural na Agricultura Familiar, da Itaipu. Os italianos chegaram em Foz do Iguaçu há quase uma semana, tempo suficiente para conhecer alguns municípios do Oeste paranaense e confirmar seu o potencial para o turismo rural.

 

“Essa é uma região surpreendente, na qual cada vez que se visita é possível conhecer coisas novas”, enfatizou o professor Roberto Spandre, do Departamento de Ciência do Homem e do Meio Ambiente da Unipi. Ele, que já esteve em terras paranaenses em outras ocasiões, foi além da sugestão de inclusão das cataratas nos pacotes de turismo rural. “A primeira coisa a se fazer, antes de se pensar em roteiros e publicidade, é contar com vontade política”, disse Spandre. “Sem isso, o trabalho não vai adiante”, advertiu. Superada essa etapa, segundo Muziarelli, será hora de ir a campo. “O princípio desse trabalho se baseia na captação de dados, em uma profunda pesquisa de mapeamento da região”, resumiu.

 

Itaipu contribui para o agroturismo

 

A participação direta da Itaipu na promoção do intercâmbio com os italianos faz da binacional um dos principais atores do desenvolvimento do turismo rural no Paraná. “A empresa, pelo trabalho implementado em seu complexo turístico e no desenvolvimento regional sustentável, com o Cultivando Água Boa, tem condições de intermediar diversos setores importantes para o estímulo desse tipo de turismo”, avaliou o coordenador do Projeto de Agricultura Orgânica da Itaipu, João José Passini.

 

Partindo da premissa de que turista algum vai se interessar em visitar um lugar poluído, a maior contribuição da hidrelétrica, segundo Jair Kotz, superintendente de Gestão Ambiental, supera a organização de workshops. “Não existe turismo rural em um ambiente que não seja sadio. Por isso, a grande ajuda da Itaipu para o agroturismo é trabalhar a questão ambiental na Bacia do Paraná 3”, disse.