Turismo
Trade de Foz pede melhorias no aeroporto
05/03/2010
O ‘trade’ turístico de Foz do Iguaçu se uniu para reivindicar da Infraero e do governo federal a inclusão, na segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), de uma série de obras no Aeroporto Internacional Cataratas. Em documento enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os representantes do turismo na região pedem “condições adequadas” ao aeroporto, para que possa atender à demanda crescente de passageiros, com mais conforto e segurança.
Foz do Iguaçu é o segundo atrativo turístico mais procurado por estrangeiros que visitam o Brasil, segunda cidade mais visitada no segmento de turismo e lazer e terceira cidade brasileira que mais recebe eventos internacionais. A cidade está preparada para receber bem, com um dos maiores parques hoteleiros do país e atrações mundialmente famosas: as Cataratas do Iguaçu e a Usina de Itaipu. No entanto, segundo as entidades que subscrevem o documento, o Aeroporto Internacional Cataratas – construído há mais de 30 anos e sem receber qualquer investimento desde então – é hoje um dos maiores entraves para o desenvolvimento turístico de toda a região das Três Fronteiras, entre Brasil, Paraguai e Argentina.
“Superamos sucessivamente nossos recordes de visitação nos últimos três anos, mas de pouco adianta tudo isso se a infraestrutura fundamental, da qual faz parte o aeroporto, não corresponder a esse esforço voltado ao crescimento do setor”, ressaltou o secretário municipal de Turismo, Felipe Gonzalez. “Essa melhoria é uma reivindicação sem partido e sem fronteiras, de toda a região”, disse.
que estar preparado para atender a essa demanda”, concluiu.
De acordo com Newton Paulo Angeli, presidente do Conselho Municipal do Turismo (Comtur), há mais de 15 anos as reformas no aeroporto são pleiteadas. “Projetos já foram feitos e entregues à Infraero, mas, até hoje, nada saiu do papel, por isso temos de nos mobilizar e exigir respeito pela representatividade da cidade no cenário turístico nacional”, declarou. “Foz perde muito se investimentos cruciais em infraestrutura, como as reformas do aeroporto e da Avenida Cataratas, não forem feitos rapidamente”, afirmou.
O temor de Angeli é compartilhado por Camilo Rorato, presidente do Iguassu Convention & Visitors Bureau (ICVB). “Se nada for feito, o desenvolvimento do turismo em Foz certamente será comprometido.”
Ampliação e reforma
A carta ainda ressalta a necessidade de outras obras importantes para a melhoria das condições de recepção. Entre elas estão a climatização das áreas do saguão e do terraço; a duplicação da via externa inferior; a ampliação da área de estacionamento; a repaginação da área comercial; a construção de novo prédio para abrigar as empresas terceirizadas; e adequações de acessibilidade, entre outros.
Essas obras têm custo previsto de R$ 35 milhões.
Aproximação e segurança Uma outra reivindicação é para melhorar os equipamentos de aproximação e segurança do aeroporto, que hoje conta apenas com instrumentos limitados. A aquisição do ILS-CAT2 permitiria o pouso com visibilidade de apenas 400 metros da pista.
O valor estimado do ILS-CAT2 é de R$ 6 milhões. Nova pista
O valor estimado para a desapropriação de área custaria R$ 10 milhões e o valor estimado para a construção de uma nova pista, de 3.450 metros, é de R$ 78 milhões.
Além dessas obras, que o ‘trade’ solicita sejam incluídas no PAC 2, o documento pede também medidas para incrementar o número de voos e a competitividade do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu.
Flexibilização tarifária
A primeira delas é a flexibilização das tarifas aeroportuárias e de navegação, pagas pelas empresas aéreas, operadores de aeronaves ou pelos passageiros. A proposta é equiparar as tarifas internacionais às de voos domésticos.
Segundo o documento, as tarifas atuais restringem a possibilidade de captação de voos regulares e charters internacionais, inibindo ainda as companhias aéreas de operarem rotas internacionais a partir de Foz, que enfrenta a concorrência de dois outros aeroportos internacionais na região –o Iguazu, na Argentina, e o Guarani, no Paraguai.
“Hub” do Mercosul Por fim,o documento sugere a transformação do aeroporto em “hub” do Mercosul, isto é, um centro regional de distribuição de voos dos países vizinhos – Argentina, Paraguai, Uruguai –membros do Mercosul -, além de Chile e Bolívia. O aeroporto está num ponto geográfico estratégico em relação a esses países. Como a grande maioria dos voos originados nos países sul-americanos é ocupada por pessoas com destino final no território brasileiro, a nacionalização desses voos em Foz permitiria uma mais rápida conexão direta com as cidades de destino.
A medida ainda ajudaria a evitar congestionamento nos aeroportos das grandes capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Clique aqui e confira o documento enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na íntegra (em pdf). |