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Energia
Simulado testa a capacidade de restabelecimento da geração de energia
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20/11/2019

No último sábado (16), em pleno feriadão, a capacidade de restabelecimento da geração de energia do setor de 60Hz da usina, em caso de perda total da conexão com o sistema, foi posta à prova durante o ensaio black start. O simulado, que é realizado uma vez por ano em cada setor (50 Hz e 60 Hz), consiste no desligamento de algumas unidades geradoras, simulando um 'apagão'. No final de semana, foram desligadas quatro unidades geradoras. A atividade envolveu 13 empregados da Diretoria Técnica e durou 40 minutos.


Após os desligamento forçado, os geradores são religados manualmente. Foto: Adenésio Zanella.

O blackout forçado faz a equipe da Operação em Tempo Real “correr” para religar as unidades geradoras, utilizando como fonte de alimentação os geradores movidos a diesel, considerados como as fontes de emergência imediatas para colocar as unidades em funcionamento novamente.


Os dois geradores precisam ser sincronizados para fazer o sistema voltar a operar. Foto: Rubens Fraulini

O ensaio é coordenado pelos supervisores da Operação em Tempo Real da sala de Supervisão e Controle Central e da sala de Despacho de Carga. Destes locais, partem os comandos e são feitos os registros de possíveis anomalias no processo de religamento, bem como a contagem de tempo gasto para a realização das diferentes ações do ensaio.


Todos os registros do ensaio são feitos pelos operadores da sala de Supervisão e Controle Central e da sala do Despacho de Carga. Foto: Adenésio Zanella.

“Essa é uma operação que envolve vários atores. Para que esse procedimento tenha sucesso, é necessário contar com a expertise e dedicação de outros profissionais da empresa que não atuam no tempo real. Especialmente, da Engenharia, Manutenção e da Operação", disse o diretor técnico executivo, Celso Torino. "É um processo que testa o conhecimento e a habilidade do nosso pessoal, além de servir para avaliarmos como estão os nossos procedimentos e equipamentos de emergência. Assim, todos ficam prontos para agir em uma situação real”, avalia.

Ensaio que traz experiência
 


Todo o treinamento envolve empregados(as) da Engenharia, Manutenção e da Operação. Foto: Rubens Fraulini

A realização do teste é coordenada em parceria com o Operador Nacional do Sistema (ONS), no Brasil, e com a Administração Nacional de Eletricidade (Ande), do Paraguai. No Brasil, o ONS exige que esse ensaio seja feito em todas as usinas hidrelétricas. Além disso, Itaipu é uma das usinas que se enquadram no chamado restabelecimento fluente do Sistema Interligado Nacional (SIN). Isso significa que, em caso de apagão, a usina terá papel fundamental para normalização desse sistema.

O black start é realizado em Itaipu desde 2002, e já contabiliza 15 ensaios no setor de 60Hz e 8 ensaios no setor de 50Hz. Ao longo dos anos o exercício foi aprimorado e outros equipamentos foram incluídos nos testes, como, por exemplo, as linhas que interligam Itaipu 60Hz à subestação de Foz do Iguaçu e as linhas que interligam Itaipu 50Hz e a SE-MD.

Como um apagão real é um evento que tem grande impacto e baixa probabilidade de acontecer, a realização dos testes traz experiência e conhecimento para as equipes de Operação em Tempo Real, além de permitir identificar e prevenir falhas no processo e nos equipamentos.

Desde que se iniciaram os ensaios, foram detectadas nove falhas na partida das unidades geradoras, que exigiram ações das equipes de operação e manutenção. Entre elas, duas ocasiões em que os problemas foram relacionados a disjuntores do serviço auxiliar que ficavam muito tempo sem serem manobrados.

Em 23 ensaios, quase todo o grupo de operadores e despachantes já participou de pelo menos um treinamento, ficando aptos a responder de maneira adequada em caso de evento real. "Assim, a realização periódica dos ensaios de restabelecimento na usina de Itaipu contribui para a melhoria da confiabilidade e da segurança operacional de atendimento ao Sistema Interligado do Brasil e do Paraguai", concluiu Torino.