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Meio Ambiente
Óleo regenerado traz economia à Itaipu
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16/06/2008

O descarregamento de 11 mil litros de óleo reciclado, na manhã da última quinta-feira, na central de descarregamento da margem direita, significou muito mais que o abastecimento dos tanques de lubrificantes da Itaipu. Cada litro do material regenerado que caía no reservatório da empresa ampliava os benefícios de um procedimento que, em sete anos, já fez a entidade economizar mais de R$ 1 milhão e livrou o meio ambiente do despejo de aproximadamente 250 mil litros do derivado de petróleo. É o reaproveitamento do óleo utilizado nos reguladores de velocidade das unidades geradoras.

 

O óleo regenerado possui características iguais ao novo e não compromete o funcionamento dos equipamentos. Cada um dos 20 sistemas reguladores de velocidade das unidades geradoras utiliza 15 mil litros de óleo. A vida útil do lubrificante, quando corretamente utilizado, é de 20 a 25 anos.

 

Segundo o engenheiro Luiz Carlos Guerra, da Divisão de Engenharia de Manutenção, a regeneração do óleo proporcionou à Itaipu uma redução de custo superior a 70%. “Ou seja, o óleo regenerado custa, para Itaipu, 30% do valor do novo”, explica Guerra.

 

Além dos cofres da empresa, a natureza também agradece. “Mais importante do que a economia em dinheiro foi o ganho ambiental”, afirma o engenheiro. “O processo de reaproveitamento permite reutilizar um recurso natural não renovável, proveniente do petróleo”, ressalta o engenheiro.

 

O óleo do sistema que controla a velocidade das unidades geradoras sofre um desgaste maior que o de outros equipamentos que também consomem grandes quantidades do produto, o que motivou a sua escolha para ser a vanguarda no processo de reaproveitamento do material na empresa. No total, Itaipu utiliza 1,3 milhão de litros de óleo lubrificante em suas máquinas – 300 mil apenas nos reguladores de velocidade.

 

O sucesso da reciclagem fez com que os técnicos recomendassem o mesmo tratamento para o óleo utilizado em outros equipamentos. A tendência é que, aos poucos, o reaproveitamento da substância seja cada vez maior na Itaipu. “Estamos preparando a especificação técnica para licitar a contratação dos serviços de regeneração das cargas de óleo dos mancais combinados (conjunto de segmentos metálicos que suportam as cargas e os esforços mecânicos das unidades geradoras)”, explica Guerra. Cada mancal combinado possui uma carga de 34 mil litros de óleo.

 

Sete anos regenerando o “sangue das máquinas”

 

Segundo o técnico responsável pelos sistemas reguladores de velocidade, Gilvan Manhães de Souza, da Divisão de Manutenção Mecânica de Unidades Geradoras, “na Itaipu o óleo é tratado como o sangue das máquinas.” A preocupação da empresa com o material que elimina o atrito entre as diversas partes girantes dos equipamentos que mantém a usina em funcionamento se traduziu na formação, em 1992, de uma equipe integrada por técnicos de diversas áreas.

 

Foi quando surgiu o Projeto de Lubrificação Planejada (Prolub), que proporcionou a realização de diversos cursos e palestras na área de lubrificação visando à capacitação de pessoal. O Prolub também permitiu a otimização dos processos de lubrificação, armazenamento e purificação de cargas de óleo, além do correto manuseio dos lubrificantes e do acompanhamento do desempenho das cargas do material.

 

Em 2001, a Itaipu, juntamente com a Lactec e a Petrobrás, realizou experimentalmente, dentro da própria usina, a primeira regeneração de uma carga de óleo lubrificante. A empresa foi uma das primeiras a adotar o procedimento no Brasil. Aprovado o processo, por questões econômicas e por meio de licitação, a usina passou a contratar os serviços de regeneração em escala industrial da Mineraltec, empresa sediada em Pato Branco especializada na recuperação de óleos isolantes e lubrificantes. Atualmente, Itaipu é uma das poucas empresas do setor elétrico que utilizam óleo lubrificante regenerado.