Itaipu produziu em 2010 um total de 85.970.318 megawatts-hora (85,97 milhões de MWh), o suficiente para suprir todo o consumo do Paraná durante três anos e sete meses. Ou então, os três Estados da região Sul por um ano e dois meses. O mesmo volume ainda abasteceria a demanda de Portugal por energia elétrica durante um ano e oito meses.
Como comparação, a usina de Três Gargantas, na China, que tem maior capacidade instalada, fechou o ano anterior (2009) com 79,5 milhões MWh. A produção da megausina chinesa em 2010 ainda não foi divulgada. A terceira maior produtora do mundo, a usina de Guri, na Venezuela, produziu 53,4 milhões MWh em 2009. Quase a metade de Itaipu.
Com um detalhe: Itaipu foi projetada para gerar até 75 milhões MWh. Um número que foi superado já em 1995, com a produção de 77,2 milhões MWh. Depois disso, Itaipu sempre gerou acima do teto. Na maioria dos anos, muito acima. Considerando a média dos últimos cinco anos, a geração chega a 91,1 milhões MWh. Um desempenho sem igual no setor elétrico mundial.
Variáveis
O superintendente de Operação (OP.DT), Celso Torino, explica que são quatro as variáveis que determinam quanto a usina vai gerar ao longo do ano: insumo – que é a vazão do Rio Paraná; demanda do País por energia elétrica; capacidade de transmissão; e performance das máquinas. “São essas quatro variáveis, somadas, que definem quanto será gerado de energia no ano”, aponta.
Dos quatro itens, apenas um depende exclusivamente de Itaipu: o desempenho das unidades geradoras. Neste quesito, a usina manteve-se pronta para responder às necessidades do setor elétrico. Se fosse preciso gerar mais, geraria.
Os números falam por si. O índice de disponibilidade das unidades geradoras, por exemplo, foi de 94,2% em 2010, exatamente igual à média dos últimos cinco anos. “O grande ponto é o entrosamento da Operação com a Manutenção”, comenta o superintendente de Manutenção (SM.DT), Marco Cesar Castella. “A produção não é possível se o relacionamento (entre os dois setores) estiver deteriorado”, completa.
Outras
Variáveis que não dependem de Itaipu, no entanto, tiveram impacto na produção no decorrer do último ano. A principal foi o fato de o ONS ter aumentado o nível de segurança para operação do sistema em 765 kV. “A elevação do nível de segurança para operação do sistema em 765 kV trouxe como consequência a redução do despacho de geração da usina de Itaipu 60 Hz, principalmente nos primeiros meses de 2010”, explica Torino.
Já a afluência média do Rio Paraná, outra variável na produção de energia, foi de 13 mil metros cúbicos por segundo em 2010. Em média, para cada metro cúbico por segundo é gerado um megawatt de energia. Ou seja, considerando a capacidade instalada de Itaipu, de 14 mil megawatts, a vazão foi ajustada às necessidades da usina. “São Pedro ajudou”, brincou o superintendente da OP.DT. Em relação à demanda, Itaipu gerou no ano passado 72% de toda a energia consumida pelo Paraguai e 16,3% do Brasil.
