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Energia
Itaipu faz ensaios em pontes rolantes e dispositivo de içamento do rotor
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12/11/2021

Após sete anos, o dispositivo de içamento do rotor, uma estrutura de 200 toneladas, voltou a ser movimentado pelas pontes rolantes da cota 108 da usina de Itaipu. O objetivo da manobra, realizada nesta semana pelas equipes da Superintendência de Manutenção, foi fazer a manutenção da estrutura, avaliar o desempenho das pontes rolantes recém-modernizadas e treinar sete profissionais, brasileiros e paraguaios, da Divisão de Manutenção Mecânica de Unidades Geradoras, que não trabalhavam na Itaipu na época em que o dispositivo foi usado pela última vez.


Dispositivo volta a ser usado, após sete anos. Fotos: Rubens Fraulini/Itaipu.

Isso aconteceu em 2012, nas atividades de desmontagem e montagem da unidade geradora número 6, para reparar um defeito no aro de desgaste da roda da turbina. Na ocasião, o dispositivo deu o suporte para subir e descer o rotor do gerador, a peça mais pesada da unidade geradora, com 1.760 toneladas. Para levantar o dispositivo e o rotor foi necessário o trabalho conjunto de duas pontes rolantes, com capacidade de mil toneladas cada.

“Essa é a estrutura de maior capacidade de carga que temos na Itaipu”, disse o engenheiro mecânico Gerson Pretti. “Em uma eventual manutenção da máquina, essa estrutura deve estar em perfeito estado. O dispositivo e as pontes rolantes precisam estar funcionando perfeitamente e a equipe bem treinada para fazer o trabalho com o máximo de segurança.”

Para fazer a montagem da estrutura, foram necessários dois dias de trabalho conjunto dos sete profissionais, que tiveram uma “aula” com os veteranos que atuaram na manutenção de 2012. Primeiro, foi feita a limpeza de toda a estrutura e, em seguida, os técnicos acoplaram as duas vigas auxiliares à ponte rolante por meio de ganchos. Depois, uniram com pinos as vigas auxiliares a uma viga principal, dando o formato em “H” da estrutura. Finalmente, após 12 anos, o conjunto voltava a sair do chão.


Parte da equipe de Manutenção: treinamento reúne veteranos e novatos.

Pontes modernizadas

Foi a primeira vez que as pontes rolantes levantaram uma peça tão grande desde que foram atualizadas. O processo de modernização de 24 estruturas, entre pórticos e pontes rolantes, começou em 2018 e está em fase de conclusão – faltam apenas quatro que estão na etapa final de modernização. Na cota 108, as duas pontes rolantes de maior capacidade ganharam, entre as várias melhorias, a possibilidade de serem operadas de forma remota, permitindo ao operador se posicionar em locais com melhor visualização da carga e dos sinalizadores.

“A modernização trouxe o controle digital para um dispositivo que era totalmente analógico, uma tecnologia de 40 anos”, afirmou o engenheiro eletricista Evandro Bubiak, da Divisão de Manutenção Eletrônica. Entre as atualizações, ele destaca o monitoramento remoto dos parâmetros elétricos e mecânicos das pontes rolantes, por meio de dispositivos chamados inversores de frequência e Controladores Lógicos Programáveis (CLPs). “Se acontece alguma anormalidade, ela aparece aqui na tela [do notebook] e nós podemos atuar”, conclui Evandro.

Outra melhoria é a possibilidade de operar a ponte rolante por um controle remoto, no piso da cota 108, sem a necessidade de o operador subir até a cabine. “Fica mais fácil controlar aqui embaixo, perto da carga. Observo o serviço na minha frente e a comunicação é mais rápida”, explica Severiano Duarte Duarte, da Divisão de Manutenção Mecânica de Serviços Auxiliares. No controle remoto, há um joystick que movimenta a ponte em três eixos: para os lados, para frente e trás e para cima e baixo. Cada eixo é controlado em quatro velocidades diferentes, dando ao operador controle preciso da movimentação de grandes estruturas.


Operação das pontes pode ser remota ou pelas cabines.

Precisão milimétrica

Esta precisão foi colocada à prova para avaliar se as pontes rolantes atendem aos requisitos de funcionamento, ou seja, se manteriam um alinhamento milimétrico caso precisassem içar novamente o gigante rotor. Para isso, as equipes da Manutenção e da Divisão de Obras Civis trabalharam juntas.

Com o dispositivo de içamento do rotor acoplado aos quatro suportes da ponte rolante, foram feitas movimentações e medições. Primeiro, os profissionais da topografia mediram o alinhamento dos suportes. Então, o conjunto é baixado cerca de dez metros para ser feita nova medição e verificar se o alinhamento se manteve.

“É um trabalho conjunto, o operador da ponte rolante movimenta a estrutura e nós fazemos as medições. Se precisar de algum ajuste, passamos para ele até chegarmos ao alinhamento”, explica o topógrafo Elder Baez, da Divisão de Obras Civis.

Agora, os profissionais da Manutenção pretendem fazer um Plano de Manutenção Preventiva do dispositivo. O objetivo é repetir a manobra a cada quatro anos, para manter a estrutura em perfeito estado de funcionamento, além de avaliar as pontes rolantes e manter as equipes treinadas.