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Institucional
Família está acima da economia, diz Lula
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02/09/2010

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, nesta quinta-feira (2), durante a abertura do Seminário Latino-Americano de Acolhimento Familiar – Relaf 2010, em Foz do Iguaçu, que o cuidado com a família deve ser tão ou mais importante para um País que a atenção dada às políticas econômicas. “Sou do tempo em que no Brasil as pessoas diziam que era preciso criar um novo modelo de desenvolvimento, uma nova política econômica, e que estaria tudo resolvido. Mas aprendi que um dos principais problemas que nós construímos no Brasil, sobretudo naquelas décadas que considerávamos perdidas, foi a desestruturação da família”, ressaltou o presidente.
   

A abertura do Relaf aconteceu no Hotel Rafain Palace e contou, além do presidente da República, com uma mesa repleta de autoridades, entre elas, nove ministros de Estado, o governador Orlando Pessuti, os diretores-gerais da Itaipu Binacional, Jorge Samek (Brasil) e Gustavo Codas (Paraguai), além do prefeito de Foz, Paulo MacDonald Ghisi.

  
A realização do seminário - que ocorre até sábado, no Cineteatro do Barrageiro, na usina - é da Rede Latino-Americana de Acolhimento Familiar (Relaf), com organização local da Rede de Proteção Integral à Criança e ao Adolescente (Rede Proteger) e patrocínio de Itaipu. O evento, que tem como tema “Celebração das experiências. Fortalecendo os avanços na garantia do direito à Família”, reúne representantes de 19 países.
    
Em seu discurso, Lula ressaltou os investimentos do governo federal na proteção da criança e do adolescente e fez questão de lembrar o exemplo da própria mãe, dona Lindu – “uma mulher que viveu e morreu analfabeta” – para a estruturação da família e a formação dos filhos. “Uma mulher que com oito filhos não permitiu que nenhum deles desvirtuasse dos objetivos que ela havia traçado, que era transformá-los em cidadãos trabalhadores e honestos”.
     
“Se você não tem uma estrutura familiar sadia, se o pai e a mãe vivem um processo de degradação da convivência, isso repercute imediatamente no comportamento do filho”, acrescentou o presidente. “Uma casa, por mais pobre que ela seja, tem que ser uma espécie de amparo seguro para quem vive em situação difícil. Quando o pai, a mãe e o estado não cumprem com suas obrigações, a tendência natural da maioria dos meninos de rua é não querer voltar para casa”.
    
Lula se emocionou ao contar a história de um filho que, sem receber atenção, perguntou ao pai quanto custava sua hora de trabalho. Indagado sobre o motivo da pergunta, respondeu: “quero comprar uma hora para que você me ouça”. “E é isso que nós constatamos: nós não ouvimos (os filhos). Nós pensamos que ouvimos, mas não ouvimos. E agora temos que enfrentar uma coisa que nenhum de nós está preparado que é a questão do crack”, completou.
    
União de forças
    
A presidente do Relaf, Matilde Luna, destacou que antes do seminário em Foz do Iguaçu houve diversas reuniões preparatórias em vários países da América Latina e que a presença do presidente da República e de vários ministros de Estado reforça a importância que o Brasil tem dado ao tema. “A América Latina está sensível a isso”, disse ela. “Esse é o momento de juntar forças e a sua presença é um abraço caloroso para nós”, acrescentou, dirigindo-se a Lula.
     
Jorge Samek chamou a atenção para as políticas públicas relacionadas às crianças e aos adolescentes, como a que beneficiou a jovem Francieli Vivencia Farias, de 27 anos, que quando criança ficou órfã, foi para um abrigo, depois acolhida em casa de família, e neste ano está concluindo o curso superior em História. “Se tem uma coisa que faz a família Itaipu se sentir extremamente honrada, é o trabalho e as parcerias que nós realizamos com quem cuida das nossas crianças”, disse o DGB.
     
Entre os presentes na abertura do Relaf estavam os ministros Paulo Vanucchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Márcia Lopes, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Nicéa Freira, da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres; Paulo Bernardo, do Planejamento; Paulo Haddad, da Educação; João Saldanha, da Integração Nacional; Alexandre Padilha, das Relações Institucionais; e Luiz Dulci, da Secretaria Geral, além da ministra da Secretaria da Mulher do Paraguai, Glória Rubin.