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Especialistas do Mercosul discutem tecnologias sociais
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15/12/2010

A X Cúpula Social do Mercosul, realizada no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), sediou na manhã desta quarta-feira (15) o seminário “Tecnologias Sociais da América do Sul”. Com a participação de autoridades dos países latino-americanos, o painel teve como objetivo fomentar a disseminação das políticas de uso das ferramentas tecnológicas como fontes de desenvolvimento social.

    
Coordenado pelo diretor-superintendente do PTI, Juan Carlos Sotuyo, o evento buscou articular os atores do Mercosul que atuam com tecnologia social; produzir documentos referentes ao tema para incluir o assunto nas pautas do Mercosul; e estimular a troca de experiências entre os países latino-americanos no que diz respeito aos estudos e projetos de inclusão social bem-sucedidos ou em andamento.
     
“É de suma importância que os países incluam no seu plano diretor políticas de tecnologias sociais e inclusão social, utilizando software livre e experiências de projetos sociais junto à comunidade carente”, destacou Sotuyo.
     
Exemplos do uso da tecnologia social em benefício da população foram apresentados pelo engenheiro Nicolas Caballero, do gabinete civil da Presidência da República do Paraguai. Ele falou sobre o uso de software livre na rede pública de saúde paraguaia, o que gerou grande economia de recursos e outros resultados positivos para a comunidade.
     
Caballero também apresentou o projeto educacional cujo tema é “um computador para cada criança”, que está em andamento e utiliza software livre. “Se usássemos software proprietário, cada computador custaria U$ 550,00 por criança. Já neste caso, o nosso único custo com essa tecnologia é educar o povo a usá-lo”, exemplificou.
      
Segundo o professor titular do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Renato Dagnino, aproximadamente 30 milhões de brasileiros poderiam trabalhar em empreendimentos solidários. “Será que é mais fácil incluir os excluídos na economia formal? Não seria mais eficiente incluí-los nos empreendimentos solidários?”, questionou o estudioso, que apresentou dados dizendo que apenas 2,1 milhões de brasileiros atuam em ações sociais.
      
Para Hernan Thomas, da Universidade de Quilmes, na Argentina, são três os erros principais cometidos pelas autoridades na hora de implementar um projeto social nas comunidades: atividade fora do contexto social; processos convencionais de renda com inovação tecnológica; e falta de mecanismos destinados a salvar falhas no sistema de distribuição de renda.
     
“Para um projeto dar certo, tem que haver uma sequência de tentativas, pois há poucos processos de produção social. É preciso firmar alianças governamentais e não-governamentais e desenhar um modelo estratégico para executar a ação. Um projeto pode dar andamento a outro”, completou.
     
Projetos de sucesso
   

O evento contou, ainda, com um painel sobre “Experiências de Tecnologia Social e Políticas Públicas: uma convergência necessária”, com apresentações de projetos bem sucedidos realizados na América do Sul. Entre eles, o “Projeto Água: fonte de alimento – uma alternativa sustentável para o semiárido”, desenvolvido na região de São João do Cariri – Sítio Uruçu, na Paraíba. Esse projeto tem o objetivo de inserir tecnologias apropriadas na geração de alimentos a partir do uso do rejeito de água salobra, com geração de trabalho e renda.
     
Outro projeto apresentado foi o “Rede Terra”, que nasceu há 10 anos com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento sustentável da região da bacia do Baixo Rio São Bartolomeu, no entorno do Distrito Federal. Com foco na agricultura familiar e na agroecologia, o projeto atende hoje a mais de 300 famílias e atua em rede com instituições da sociedade civil e poder público local.
     
Além disso, os participantes debateram a aplicação, processos de mobilização e fontes de financiamentos de tecnologias sociais durante apresentações da Fundação Banco do Brasil, Fundación Moisés Bertoni, de Assunção, no Paraguai, e Ministério da Ciência e Tecnologia. Um documento oficial sobre o evento será entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e demais presidentes da região, no encerramento da Cúpula Social do Mercosul.