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Institucional
Encontro reúne representantes de dois grupos
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25/06/2008

Um objetivo em comum – a introdução de disciplinas que preguem o desenvolvimento sustentável com maior profundidade no âmbito acadêmico – uniu dois grupos de naturezas distintas no Espaço Florestan Fernandes, no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), na tarde de terça-feira. Por meio de um diálogo internacional de alto nível, representantes do Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata fizeram sugestões à Comissão de Implantação da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), que estuda os cursos e a grade curricular que futuramente serão adotados na instituição.

 

Enrique Leff, professor da Universidade Nacional do México, Carlos Galano, diretor de pós-graduação ambiental da Universidade Nacional de Rosário,
o diretor de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Friedrich, e o superintendente de Meio Ambiente, Jair Kotz

O encontro reuniu cerca de 30 pessoas. Entre elas, o diretor de Coordenação, Nelton Friedrich, professores de diversas instituições de ensino e representantes de entidades ambientais, como o panamenho Júlio Calderón, da Rede de Formação Ambiental para a América Latina e Caribe do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e José Vicente de Freitas, do Ministério do Meio Ambiente.

 

“Como tem sido característica de todas as nossas reuniões, estamos chamando pessoal de fora para dialogar conosco, oxigenar as idéias da própria comissão e inspirar o nosso trabalho na definição dos rumos da Unila”, justificou o professor Hélgio Trindade, presidente da Comissão de Implantação da Unila.

 

Um dos discursos mais incisivos foi o de Enrique Leff, professor da Universidade Nacional do México. Antes de sugerir cursos que fossem na linha da preservação de saberes populares (de origem indígena, campesina, etc.) e da interdisciplinaridade (como a economia ecológica), Leff disse que, primeiro, é preciso resolver uma certa “crise de conhecimento”. “A crise ambiental tem na sua raiz uma crise de conhecimento, pois as universidades que disseminam esse conhecimento estão em crise. Elas pregam um modelo insustentável”, avaliou. “O surgimento da Unila é uma oportunidade histórica e única. Algumas universidades, como a UFPR, realizam estudos ambientais. Mesmo assim há uma inércia na produção de conhecimentos ambientais em profusão”, disse o professor mexicano.

 

Carlos Galano, diretor de pós-graduação ambiental da Universidade Nacional de Rosário, criticou duramente o pensamento conservador nas escolas superiores, que, segundo ele, influenciam diretamente nas constituições dos países. “É isso que gera o pensamento que converte a natureza como mera fonte de recursos e faz com que tenhamos, hoje, latifúndios genéticos e oceanos de soja trangênica.”