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Eletronorte traz para Itaipu cultura de inovação
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17/07/2008

Itaipu pode aprender com a Eletronorte (Centrais Elétricas do Norte do Brasil) a como incentivar uma cultura de inovação entre seus empregados. Foi para mostrar como isto pode ser feito que a engenheira Neusa Maria Lobato Rodrigues, gerente de Articulação com a Indústria da Eletronorte, fez uma palestra no auditório do Edifício da Produção. Ela apresentou o Programa de Proteção à Propriedade Intelectual e de Incentivo à Inovação, desenvolvido por aquela estatal. Participaram empregados de diversas áreas de Itaipu e de outras empresas, como de Furnas e da própria Eletronorte.

 

De acordo com Neusa Rodrigues, o Brasil carece de uma cultura de proteção à propriedade intelectual; embora tenha uma grande produção científica, o registro de patentes é pífio. Para ilustrar, ela comparou a situação de inventores como o brasileiro Santos Dumont (1873-1932) e o norte-americano Thomas Edison (1847-1931).

 

Apesar de ser o responsável por diversas invenções, Dumont nunca registrou qualquer invento. Já Edison, que na verdade era um empreendedor que comprava invenções (ele não inventou a lâmpada!), obteve 1.239 patentes em seu nome.

 

“Nós não temos uma cultura de premiar as inovações. Nos Estados Unidos, são feitos registros de patentes para qualquer coisa. Eles sabem como ganhar dinheiro”, salientou. Neusa também citou o exemplo do medicamento Capoten, utilizado no controle da pressão arterial e patenteado pela grupo farmacêutico Bristol-Myers Squibb, que já lucrou US$ 25 bilhões com o remédio. O princípio ativo do medicamento foi descoberto pelo físico brasileiro Sérgio Ferreira, a partir de uma substância do veneno da jararaca, animal da fauna brasileira. A diferença é que ele não registrou a patente.

 

Consciente da importância de preservar a propriedade intelectual, desde 1984 a Eletronorte conta com um programa de incentivo à inovação e ao registro dessas inovações. O programa, revisto em 2005, garante a participação do funcionário em 20% dos lucros gerados pela invenção, como vendas e royalties.

 

Outra criação da Eletronorte é o Prêmio Mauriquitã, que em 2008 chega à sua terceira edição. “O objetivo é motivar a inovação, premiando as invenções que geram melhorias de processos e produtos. Quem ganha com isso é a empresa”. A premiação é de R$ 6 mil para quem conseguir mais pontos, levando em conta critérios como redução de custos para a empresa, de tempo de trabalho ou a possibilidade de replicar a inovação em outras empresas.

 

Nos dois primeiros anos foram distribuídos R$ 320 mil em prêmios. A Eletronorte, no entanto, economizou R$ 46 milhões em custos evitados com as melhorias proporcionadas pelas invenções. “O investimento é muito pequeno se comparado com os ganhos da empresa”, salientou Neusa.

 

Experiência em Itaipu

 

Por lei, o setor elétrico é obrigado a investir 1% da receita em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Por não ser empresa brasileira, no entanto, Itaipu não é submetida a tal obrigatoriedade. Segundo Jorge Habib, da Coordenação Executiva da Universidade Corporativa de Itaipu (UCI), a empresa tem bons exemplos de incentivo à inovação, como o Centro de Estudos Avançados em Segurança de Barragens (Ceasb), o Laboratório de Automação e Simulação de Sistemas Elétricos (Lasse), ambos com a Fundação PTI, e o projeto de monitoramento do carro elétrico.

 

“Precisamos plantar a semente da inovação na empresa. É preciso incentivar as boas idéias e premiá-las financeiramente”, disse Habib, segundo o qual o contato com a Eletronorte é bastante válido.

 

Ele destacou as diretorias Técnica e de Coordenação com grande potencial para novos projetos. Habib disse ainda ser importante o apoio da empresa às idéias dos empregados, que podem se transformar em bons negócios e em novas empresas incubadas no PTI. “Não podemos ter a ilusão de que usina é oficina. É possível criar e gerar novas tecnologias”, concluiu.