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Brasil inicia rede nacional de pesquisa em biogás
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21/08/2009

Para dar início a uma rede nacional de cooperação entre cientistas, técnicos e pesquisadores da área de geração de energia a partir do biogás, a Itaipu Binacional promoverá nesta segunda e terça-feira, no Parque Tecnológico Itaipu, um workshop com uma das maiores autoridades mundiais nesse campo, o professor Thomas Amon, da Universidade de Viena (Áustria). Amon é coordenador da rede EU-Agro-Biogas. O evento vai reunir participantes de diversos países europeus.       

  

Já estão confirmados para o encontro pelo menos 50 especialistas em tratamento de dejetos de animais e produção de biogás, representando diversas instituições de ensino e pesquisa. Segundo o superintende de Energias Renováveis da Itaipu, Cícero Bley, a metodologia a ser empregada visa a estimular os participantes a relatarem suas experiências para permitir um diagnóstico detalhado do estado da tecnologia no país. 
         

"O que se pretende não é trazer uma solução pronta da Europa, mas sim trabalhar com a realidade que temos aqui e assim promover o avanço tecnológico, novas oportunidades de desenvolvimento e geração de renda", afirma Bley.

 


O professor Thomas Amon visitou o diretor geral brasileiro, em Curitiba
Amon explica que a um dos principais objetivos das experiências que ele vem conduzindo na Europa é demonstrar a eficiência da produção de biogás sem a necessidade de subsídios para os produtores rurais. Na Áustria, por exemplo, a geração de energia elétrica e de energia térmica a partir de biogás representa 10% da matriz energética do país

São 325 plantas de biogás (usinas), com capacidade média de 300 kilowatts, totalizando 80 megawatts de potência instalada. "Mas esse é apenas um ponto de partida. Nossa meta é chegar a 8 mil usinas, em poucos anos", afirma Amon.
 

A EU-Agro-Biogas é uma rede interdisciplinar, que aborda diversos temas, como aspectos econômicos e ambientais, tecnologias e métodos, e principalmente pesquisas no campo da bioquímica. Uma das linhas de estudos desenvolvida pelos europeus consiste nas combinações de resíduos como restos de lavouras de grãos e palhas, com diferentes tipos de dejetos (de animais, indústrias de alimentos e até residenciais) para obter uma maior eficiência nos processos de biodigestão e formação do biogás. O banco de dados da rede contém mais de 10 mil informações sobre diferentes misturas de dejetos.
 

Além de ajudar a rede brasileira a se organizar e a cooperar entre si, Amon diz acreditar que o tipo de pesquisa descrito acima, cujos resultados são de livre acesso para qualquer pesquisador, ajudará muito nos estudos a serem desenvolvidos no Brasil. "Acho que o estado da tecnologia no Brasil é bom, mas é importante que ele melhore com conhecimento próprio dos brasileiros", comenta. 

 

"Uma das particularidades do Brasil é que aqui, por causa do clima, não existe uma necessidade tão grande como na Europa de canalizar parte do biogás para a geração de calor. Então as aplicações na eletricidade e no transporte poderão ter mais ênfase".
 

A Itaipu, por meio da Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, iniciativa conjunta com diversos parceiros promovida na região Oeste do Paraná, conta com seis unidades de demonstração da geração de energia a partir de resíduos da agropecuária.
  

Quatro delas já estão vendendo o excedente de energia para a Copel, através da metodologia conhecida como geração distribuída. O programa, agora, está implantando um Condomínio de Agroenergia da Agricultura Familiar, reunindo diversos pequenos produtores em torno da geração de energia com biogás, em regime cooperativo.