A Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana) já tem reitor e vice-reitor. Após a posse de Hélgio Trindade, que ocorreu em Brasília (DF) no dia 18 de março, foi a vez do sociólogo uruguaio Gerónimo de Sierra ser empossado como vice-reitor. A cerimônia aconteceu na tarde de segunda-feira, no auditório Cesar Lattes do PTI. Participaram da solenidade autoridades do Brasil e de outros países da América Latina.

“Um uruguaio ser nomeado vice-reitor de uma universidade pública brasileira é uma imagem explícita do caráter de integração já moldado pela Lei de Criação da Unila”, disse Gerónimo. “Não conheço, no mundo todo, outro exemplo de tamanha abertura de uma universidade”. Gerónimo tem experiência como professor e estudante em vários países da América-Latina. Ainda, na época de estudante, aos 19 anos, visitou o Brasil e conviveu com personalidades como Celso Furtado, o sociólogo Herbert de Souza e o arquiteto Oscar Niemeyer. Como professor, lecionou na Argentina, México e República Dominicana.

Para o reitor Hélgio Trindade, a Unila tem o caráter latino-americano, mas também uma grande importância regional, principalmente para a sua sede, Foz do Iguaçu. “A Unila fará de Foz do Iguaçu um polo universitário. De periferia do Brasil, a cidade se transformará no centro da América Latina”.  A diretora de Desenvolvimento das Instituições Federais de Educação Superior, Adriana Weska, do Ministério da Educação, ressaltou o caráter de integração das últimas três universidade federais criadas nos últimos anos, entre as 58 existentes no Brasil. Ela anunciou uma verba orçamentária de R$ 308 milhões já destinada para a Unila.

Cursos de engenharia
O diretor-geral brasileiro, Jorge Samek, entregou os projetos pedagógicos de quatro cursos de engenharia ao reitor e vice-reitor da Unila, preparados por profissionais de Itaipu. Os cursos de Engenharia Civil e de Engenharia Ambiental e de Energias Renováveis já começam em agosto, com 50 vagas cada.

“A Unila representa um novo ciclo para Foz do Iguaçu”, disse Samek. E destacou: "E talvez o mais importante. Quando o desenvolvimento de uma cidade ocorre por meio da educação e da cultura, o legado é precioso e para sempre". Outros dois cursos, o de Engenharia Eletrônica e de Engenharia dos Materiais, já estão em andamento e serão oferecidos pela Unila num futuro próximo.  

Segundo o engenheiro de Itaipu Cláudio Issamy Osako, que coordenou o projeto pedagógico da faculdade de Engenharia Civil, a preocupação não era apenas elaborar um curso que atendesse às exigências do MEC e do Conselho Federal de Arquitetura (Confea), mas elebarorá-lo dentro de um recorte latino-americano, contextualizando a sociedade, cultura e a integração dos países latinos.

Para o superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley Jr., coordenador do projeto do curso de Engenharia Ambiental e de Energias Renováveis, a inclusão deste curso na grade da Unila representa a preocupação da universidade de enfrentar os principais problemas da sociedade atual, como a questão energética e as alternativas para solucionar esse impasse. Cícero explica que a elaboração do projeto do curso retoma 2006, quando a diretoria geral brasileira criou um projeto que avançou ao Programa de Geração Distribuída, do Paraná. Dele, surgiu a Coordenadoria de Energias Renováveis e mudanças nas leis, pela Aneel. "Alcançamos tudo e muito mais em termos de resultados que um projeto de Itaipu poderia pretender alcançar", resumiu.