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Técnicos da Itaipu participam de capacitação em conservação de solos e água em Santa Helena (PR)
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03/09/2024

Na semana passada, técnicos de diversas áreas da Itaipu e do Itaipu Parquetec participaram de um curso interno, no escritório da Itaipu em Santa Helena (PR), ministrado pelo engenheiro agrônomo Hudson Lissoni Leonardo, da Divisão de Apoio Operacional da Binacional. A atividade aconteceu de 26 a 30 de agosto e reuniu profissionais de áreas distintas, como administração, geologia e agronomia, que ampliaram seus conhecimentos em dimensionamento de terraços em nível, em desnível e do canal escoadouro.


Fotos: Edino Krug/Itaipu Binacional.

A semana começou com um nivelamento sobre o assunto, considerando as diferentes áreas dos participantes inscritos. Além da parte teórica, os técnicos receberam treinamento em software especializado e utilizaram como estudo de caso uma propriedade rural da região, para aplicar o que foi discutido durante a semana. 

O dimensionamento de terraços no software "Terraço 4.1", da Universidade Federal de Viçosa, com dados da superfície do terreno obtidos com drone, só foi possível devido a um protocolo metodológico desenvolvido pelo Pesquisador Júlio Cézar Franchini, da Embrapa Soja. Este protocolo é resultado de Projeto da Embrapa, liderado pelo Pesquisador e, em andamento no Programa Ação Integrada de Solo e Água - AISA, uma parceria entre Itaipu, Embrapa, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR PR), IAPAR-EMATER, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP) e Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento (FAPED).

Terraços, na agricultura, são estruturas construídas em terrenos inclinados, formando degraus ou plataformas horizontais. Essas estruturas têm como principal objetivo controlar a erosão do solo e otimizar o uso da água da chuva.

"Os participantes do curso estão aplicando na prática os conhecimentos adquiridos, desenvolvendo projetos de conservação do solo para uma área real. A atividade envolve a análise de diferentes cenários e a comparação de diversas metodologias de dimensionamento de terraços. Essa abordagem prática permite aos participantes vivenciarem as etapas de um projeto real, desde a coleta de dados até a apresentação dos resultados, preparando-os para atuar de forma eficiente na área", explicou o instrutor do curso, Hudson Lissoni Leonardo.


Instrutor do curso, Hudson Lissoni Leonardo.

Outra particularidade da escolha do terreno para aplicação dos conhecimentos é justamente por se tratar de uma área que é representativa das situações mais complexas encontradas na região.

Após discussão e escolha do melhor projeto para a situação real, o produtor irá receber o projeto que melhor se adequa à área escolhida.

Uma semana de troca de conhecimentos

A técnica em geomensura da Divisão de Apoio Operacional, Raquel Freitas Duarte, elogiou o nível de informações compartilhadas durante a semana. "O curso do Hudson é tão completo que parece um semestre inteiro condensado. Ele explica de forma clara a importância das práticas conservacionistas e a segurança hídrica do território”, completou.

Edino Jonas Krug, gestor de convênios da Itaipu, também destacou a parte prática, que será incorporada em seu dia a dia nos trabalhos a campo. "O curso foi fundamental para entender a complexidade da conservação do solo e sua relação direta com a saúde dos rios e de Itaipu. Ele nos equipou com argumentos técnicos sólidos para dialogar com produtores rurais e defender a importância das práticas conservacionistas.”

Para o técnico agrícola Ozéias Gonçalves, a formação direcionada aos empregados da Itaipu é de extrema importância. "Dentro do contexto da gestão por bacias hidrográficas, as obras de terraceamento, priorizadas nos convênios da Itaipu, são essenciais para a conservação do solo e da água, minimizando os impactos sobre o reservatório e garantindo sua sustentabilidade a longo prazo", explicou.

Segundo ele, a Itaipu já tem um trabalho de execução de terraceamento agrícola muito bem consolidado junto aos 17 municípios lindeiros. No entanto, a partir de 2024, a área de atuação da empresa se estendeu para todos os 399 municípios do Paraná e 35 do Mato Grosso do Sul.

Ozéias Gonçalves conta que há quase 40 produtores cadastrados na fila, esperando a oportunidade do seu respectivo município executar essas obras em parceria com a Itaipu Binacional. “Os agricultores estão compreendendo a importância que as obras de terraceamento têm para a produtividade agrícola e para a conservação do seu maior patrimônio, que é o solo”.

A capacitação também serviu para integrar diferentes áreas da Itaipu sob um mesmo tema e possibilitar uma troca de informações entre os técnicos participantes em relação à conservação de solos e água.

“Eu aprendi lá no colégio agrícola que existiam três fatores de produção: terra, trabalho e capital. Mas hoje estou percebendo que capital e trabalho não têm significado nenhum se a terra estiver seca. Então, a gente tem que incluir a água nesse processo”, resume o técnico agropecuário Seno Leopoldo Anton.