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A presidente da República, Dilma Rousseff, reiterou, nesta quinta-feira (21), no Rio de Janeiro, a disposição do governo federal de combater todas as formas de discriminação no Brasil, incluindo o encaminhamento de políticas públicas para o setor, e defendeu a autonomia econômica da mulher como modelo fundamental para a construção do desenvolvimento sustentável.
“Para tanto, temos que enfrentar lutas antigas, como o acesso ao mercado de trabalho”, citou a presidente. “O empreendedorismo das mulheres deve ser facilitado e protegido da desordem avassaladora das crises financeiras, que precarizam o direito e querem fazer voltar a roda da história”, completou.
A declaração foi feita durante a Cúpula de Mulheres Líderes, no pavilhão 3 do Riocentro, dentro da agenda oficial da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável – a Rio+20. O encontro foi mediado pela subsecretária-geral e diretora executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet, e fechou o Fórum sobre o Futuro que as Mulheres Querem, aberto no dia 19. O fórum tem patrocínio de Itaipu Binacional, entre outras empresas.
Participaram da reunião chefes de Estado de diferentes partes do mundo, como a presidente da República da Costa Rica, Laura Chinchilla Miranda; a presidente da República da Lituânia, Dalia Grybauskaité; a primeira-ministra da Jamaica, Portia Simpson Miller; a primeira-ministra da Comunidade da Austrália, Julia Gillard; e a primeira-ministra do Reino da Dinamarca, Helle Thorning-Schmidt.
A cúpula também contou com a presença de ex-chefes de Estado e mulheres que exercem cargo de liderança em instituições e empresas com atuação mundial, entre elas a presidente do Grupo de Desenvolvimento das Nações Unidas, Helen Clark; a ex-presidente da República da Finlândia, Tarja Halonen; a ex-primeira ministra da República da Irlanda, Mary Robinson; e a ex-primeira ministra da Noruega, Gro Harlen Brundtaland.
A diretora executiva financeira de Itaipu, Margaret Groff, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, e a presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, entre outras autoridades, acompanharam a cúpula.
Dilma Rousseff lembrou que a chilena Michelle Bachelet, ao se tornar a primeira mulher eleita presidente na América do Sul, rompeu “centenas de anos de exclusão política” e serviu de exemplo na região. Destacou também que a palavra-chave de hoje para melhorar a participação feminina na sociedade é acesso (a alimento e à moradia digna, por exemplo); e que as mulheres hoje são as grandes aliadas na erradicação da pobreza do mundo.
Por isso, citou a presidente, mais de 90% dos cartões do Bolsa Família – principal programa social do governo federal – estão nas mãos das mulheres. “No Minha Casa, Minha Vida, também é obrigatório que o título de propriedade esteja no nome das mulheres”, reforçou.
Dilma disse ainda que “o desenvolvimento sustentável implica olhar a todos e a todas como essenciais”. “Trata-se de um desafio econômico, social e ambiental, mas, sobretudo, um desafio político. Estou certa de que as líderes aqui reunidas estão à altura da tarefa”, concluiu.
20 anos depois
Michele Bachelet lembrou que, 20 anos atrás, também no Brasil, durante a conferência Rio 92, os líderes mundiais já haviam acordado que a participação efetiva das mulheres na sociedade era essencial. “Hoje está na hora de transformar palavras em ações. Sabemos que avançar na equidade de gênero não é bom só para as mulheres, porque quanto mais mulheres têm direitos iguais, a pobreza e a fome declinam, a economia melhora, e isso cria uma sociedade mais saudável e mais sustentável”, defendeu. “A participação das mulheres não é mais uma opção, é uma necessidade urgente”.
A primeira-ministra do Reino da Dinamarca, Helle Thorning-Schmidt, incluiu um dado familiar na discussão dos direitos das mulheres: o acesso à energia. Segundo ela, há milhões de mulheres no mundo que, sem acesso a eletricidade, ainda precisam cortar e queimar lenha para alimentar suas famílias. “As pessoas que estão na pobreza estão menos propensas a serem saudáveis e a terem aprendizado. E a falta de energia é sentida por mulheres mais severamente porque o tempo passado coletando lenha é o tempo tirado da educação e das oportunidades de emprego”, alertou.
Mobilização
A diretora financeira executiva de Itaipu, Margaret Groff, explicou que o encontro desta quinta-feira no Riocentro foi o complemento de outra atividade, realizada no dia 19, da qual ela participou como conferencista. Para ela, a mobilização do segmento na Rio+20 e a reunião de chefes de Estado para discutir o tema reforçam a luta para uma maior participação das mulheres em todas as esferas da sociedade.
“Porque a busca pelo empoderamento é, inclusive, para fortalecer as mulheres que sofrem a violência, a discriminação racial, que sofrem com a questão do tráfico; e também para atacar a questão da fome, da miséria. Ou seja, empoderar as mulheres para que elas consigam construir uma economia sustentável”, acrescentou a diretora de Itapu.
Ainda segundo Margaret Groff, a educação é a base da sustentabilidade, porém, as mulheres devem estar inseridas na educação também como multiplicadoras. “Para mim, o encontro de hoje representou um grande avanço e ficaram aqui registradas ações importantes que são necessárias para buscar a sustentabilidade do Planeta com a participação efetiva da mulher”, destacou.