Até amanhã (21), o Parque Tecnológico Itaipu será sede do Renergia, evento técnico que reúne engenheiros, agrônomos, arquitetos e estudantes, com o objetivo de discutir diversos temas ligados às energias renováveis no âmbito do Paraná e do Brasil.

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O encontro, promovido pelo instituto de Engenharia do Paraná (IEP), acontece paralelamente ao Fórum Global de Energias Renováveis, realizado no Bourbon Cataratas, em Foz do Iguaçu, com a presença de representantes de governos de aproximadamente 50 países.

“Os dois eventos são complementares. Enquanto o Fórum tem um caráter mais político e mundial, o Renergia ocorre sob o ponto de vista tecnológico e local”, afirma Jaime Sunye Neto, presidente em exercício do IEP.

A idéia do encontro é proporcionar aos participantes subsídios para o desenvolvimento de projetos que utilizam fontes limpas de energia.  As diversas palestras partem do princípio de que o modelo econômico baseado nos combustíveis fósseis dá mostras claras de esgotamento.

“As energias renováveis, como as biomassas, a eólica, a solar e a geotérmica, se colocam como economicamente factíveis, cientificamente viáveis e socialmente corretas. E nós, como técnicos e engenheiros, temos o papel de colocar essas alternativas para a sociedade, para embasar as decisões políticas nesse sentido”, diz Sunye.

Para o presidente em exercício do IEP, os meios de comunicação desempenham um papel fundamental nesse processo, ao divulgar os benefícios das fontes renováveis e alertar para as conseqüências do emprego de combustíveis fósseis, como a poluição atmosférica e o aquecimento global.

“Usamos a energia no dia-a-dia como alimento, para o transporte, para produzir, para a iluminação da casa, para tudo enfim, e por trás disso tem muita engenharia e muitos desafios para dar conta do desenvolvimento da sociedade. Nesse contexto, as energias limpas e renováveis representam uma democratização de oportunidades”, completa Luiz Antônio Rossafa, diretor de Engenharia da Companhia Paranaense de Energia (Copel).

Segundo Rossafa, a utilização de fontes renováveis como a biomassa, que permite, por exemplo, que propriedades rurais se tornem auto-suficientes na produção de energia, não faz com que a Copel ou empresas do setor elétrico em geral percam clientes. “O modelo do sistema elétrico atual faz com que as empresas distribuidoras comprem energia de um pool nacional para atender a seus clientes. Se a Copel comprar suprimento de um produtor rural e vender para um consumidor urbano, estará economizando com custos de expansão de seu parque gerador, além de contribuir para o negócio desse produtor. Esse aspecto social da energia renovável é uma contribuição muito importante para o país”, diz Rossafa.

Outros temas em discussão no Renergia são as sinergias a serem exploradas na produção de alimentos e de biocombustíveis, a eficiência energética nas edificações, a adoção de um selo verde para a arquitetura e a engenharia civil (atestando as construções energeticamente eficientes) e as políticas públicas para o desenvolvimento das energias renováveis.