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Tecnologia
Parceria faz do PTI um centro de treinamento oficial do Linux
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20/10/2016
 
A Itaipu Binacional, a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI) e o Linux Professional Institute (LPI) firmaram nesta quarta-feira (19) uma parceria que oficializa o PTI como um centro de difusão e de formação profissional em software livre. A parceria foi firmada durante a abertura da 13ª Conferência Latino-Americana de Software Livre (Latinoware 2016), no Cineteatro do Barrageiro, na Itaipu. O evento continua até sexta-feira (21).
 
 
O convênio foi firmado pelo diretor-geral brasileiro da binacional, Jorge Miguel Samek, pelo diretor-superintendente da FPTI, Juan Sotuyo, pelo diretor técnico do PTI, Cláudio Osako, pelo diretor executivo da Linux International, Jon Maddog Hall (foto), e pelo representante do LPI no Brasil, Cesar Brod. 
 
“A tecnologia é uma ferramenta de grande importância para a criação de uma sociedade mais justa, com redução das desigualdades sociais, e as 13 edições da Conferência Latinoware têm demonstrado isso”, afirmou Samek. 
 
Segundo Hall, que proferiu a palestra magna do evento, a parceria firmada com o PTI abre novas perspectivas para programadores da região da Tríplice Fronteira empreenderem e gerarem renda. Por meio do programa do LPI, um programador pode se capacitar em diferentes níveis e receber um certificado internacional. Essa capacitação poderá ser feita de forma presencial, a distância ou de ambas as formas.
 
“Um grupo de pessoas aqui em Foz, certificado pelo LPI, pode montar, por exemplo, um call center e atender uma empresa da Inglaterra ou de qualquer outro país. Como o certificado é internacional, o cliente saberá exatamente o que está contratando”, exemplificou Hall. 
 
Software livre é um programa de computador que tem seu código-fonte aberto, ou seja, pode ser estudado, adaptado a novas funcionalidades e distribuído livremente. A relação econômica não se dá pela cobrança de royalties pelo uso do software, mas pelos serviços de desenvolvimento e suporte técnico. Inúmeros programas têm sido criados e desenvolvidos dessa forma colaborativa em todo o mundo. 
 
Há cerca de 10 anos, em uma edição da Latinoware, Hall anunciou que estava trabalhando em um software livre para telefones celulares, um programa até então desconhecido chamado Android. 
 
Agora, ele conta que está atuando em dois novos projetos: com o governo da China, está colaborando para reestruturar o currículo de ciência da computação daquele país, de forma a trabalhar com os mesmos conteúdos atuais porém com software livre no lugar dos software proprietários; o segundo projeto consiste na produção de um computador de baixo custo e de alto desempenho que permitirá a novos programadores se autoeducarem, com conteúdos fornecidos pelo Linux.  
 
Para Hall, o movimento do software livre está se fortalecendo porque está cada vez mais claro que esses programas economizam dinheiro. “Em servidores, por exemplo, o desempenho do Linux é 10% superior. Isso significa que o Google pode ter o mesmo desempenho com 9 mil servidores rodando em Linux do que 10 mil rodando em software proprietário. E isso é muita economia”.
 
Para o diretor da Linux, é necessário investir em educação porque, hoje, o movimento do software livre tem grande demanda por desenvolvedores, administradores de sistema e especialistas em segurança, entre outros, daí a importância de eventos como o Latinoware. 
 
Além das autoridades já mencionadas, participaram da cerimônia de abertura o superintende de Informática da Itaipu, José Washington de Medeiros, o coordenador de Ciência e Tecnologia da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Evandro Razzoto, o líder de projeto da Empresa de Tecnologia e Informação da Previdência Social, Corinto Meffe, e o coordenador da Latinoware, Marcos Siríaco Martins.
 
A conferência
 
Com recorde de inscrições em 2016 (mais de cinco mil participantes de 22 estados brasileiros e 14 países) a Latinoware é um dos principais eventos sobre software livre do mundo. Serão 167 palestras, 11 minicursos e oficinas  sobre vários temas como segurança, banco de dados, georreferenciamento, robótica, administração de redes e infraestrutura, automação, impressão 3D, hardware e software livre, discussões pedagógicas e ferramentas educacionais, empreendedorismo e negócios. 
 
Durante a conferência acontece também o 2º Fórum Latino-Americano de Hardware Livre, que nesta edição tem como foco a robótica aliada à educação.