Energia
Nas alturas, troca de equipamento traz segurança
18/06/2008
A 45 metros do chão, enfrentando frias rajadas de vento no alto de cabos eletrificados por onde passam até 1.850 megawatts, uma equipe formada por dez técnicos está prestes a terminar a primeira etapa de um trabalho fundamental para a transmissão da energia gerada por Itaipu.
Operação exige cuidados
A operação, realizada pelo pessoal da Divisão de Manutenção de Equipamentos de Transmissão (SMMT.DT), é providencial e exige muitos cuidados. “Qualquer desatenção pode ser fatal para quem realiza a tarefa e também para o fornecimento de energia para milhões de pessoas”, afirma o técnico em manutenção elétrica Marcelo Ferreira, que supervisiona o trabalho.
Troca é essencial
Os amortecedores respondem à vibração induzida pelo vento, ajudando a conter oscilações em todo o cabo pára-raios. Por meio de inspeções de manutenção das linhas, os técnicos do setor constataram danos e indícios de fadiga nesses equipamentos. Eles estão em uso há aproximadamente 20 anos. “Fora de suas condições ideais, os amortecedores podem não absorver a vibração do vento, facilitando a quebra do cabo naquele ponto e provocando, com a sua queda, o desligamento das linhas, causando muito prejuízo e transtorno”, ressalta Marcelo Ferreira.
Sem lugar para erros
“Esse trabalho não admite erro e falha na segurança”. A frase de Marcelo resume o grau de atenção exigido para o trabalho realizado por sua equipe. Para ele, mais que uma recomendação, segurança é um mandamento.
Antes de qualquer operação, a condição do tempo é minuciosamente avaliada. Observamos, por exemplo, a umidade do ar e as condições de vento”, afirma o técnico. “Se não houver condição, adiamos o trabalho”, complementa o técnico Pedro Vivarelli, encarregado do setor de Manutenção da Transmissão (MET-2). “Se chover ou garoar, as cargas eletrostáticas fluem mais, o que facilita a indução e o risco de choque”, diz Marcelo. “Mas os cuidados vão muito além do clima e incluem o uso obrigatório de todo o equipamento de segurança”, lembra Vivarelli.
“Friozinho na barriga”
Mesmo na gelada manhã de terça-feira, o dia mais frio do ano em Foz do Iguaçu, o suor escorria pelo rosto dos técnicos que trabalhavam nas torres próximas ao Mirante Central. O calor era causado não apenas pela intensa movimentação nas gigantescas estruturas metálicas, mas também por um sentimento paradoxal para quem enfrenta rotineiramente o perigo: o medo. Apesar de minimizado pelo uso correto dos equipamentos de proteção, o risco inerente ao trabalho no alto das torres é capaz de dar aquele “friozinho na barriga” - e um calorzinho no resto do corpo - até mesmo nos técnicos mais traquejados.
Segundo Antônio Serrão, que também tem bastante experiência na área - sete anos em Furnas e dois na Itaipu-, “a vista lá do alto é maravilhosa”. “Ainda sinto a adrenalina. Mas eu adoro. Faço o meu trabalho com muito prazer”, ressalta
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