Um clima de confraternização e nostalgia marcou o reencontro de antigos colegas de trabalho no Laboratório de Tecnologia do Concreto (Labtecon), na manhã de quarta-feira (30). Foi a comemoração dos 30 anos do laboratório, que reuniu diretores, superintendentes, funcionários de Itaipu e assistidos da Fibra. Na cerimônia foi feito o descerramento da placa dos 30 anos do Labtecon e apresentadas fotos que marcaram este período.

Para o superintendente de Obras, Marco Aurélio Vianna, mais que celebrar a história do Labtecon, a confraternização é uma homenagem à história de pessoas. “Quem vê a grandeza da barragem não sabe que por trás desta grande obra há centenas de operários que deram o suor para torná-la possível”, afirmou Vianna.

Na cerimônia, foram homenageados os primeiros empregados do Labtecon, Alcindo Gobbi e Norberto Aguirre Ocampos, que representam todos que passaram pelo laboratório. “São 30 mil funcionários, mostrando a amizade de dois povos”, afirmou o vice-superintendente de Obras, Ricardo Gonzalez Jacques, lembrando o Dia Mundial da Amizade, celebrado em 30 de julho.

O diretor técnico executivo, Antonio Otélo Cardoso,   ao lado de Pedro Pablo Teme Ruiz Diaz,                    diretor técnico

Mas se o evento celebrou os feitos do Labtecon no passado, ainda há muito que se destacar nos dias de hoje. Foi o que afirmaram o diretor técnico, Pedro Pablo Temes, e o diretor técnico executivo, Antonio Otélo Cardoso.

Cardoso disse que, em um recente encontro, o vice-presidente da Usina de Três Gargantas, na China, Fan Qixiang, confessou que a construção daquela usina só foi possível graças ao “primeiro passo” dado por Itaipu. “O conhecimento aqui criado é difundido em outros lugares do mundo”, informou Cardoso. “Obrigado por fazerem parte desta história e pela herança que aqui deixaram.”

“A construção foi concluída, mas não se encerraram os trabalhos do laboratório. Muitas usinas estão sendo construídas e podemos dar uma importante contribuição”, disse Temes. Ele também destacou os convênios com universidades do Brasil e do Paraguai, que enviam estudantes de engenharia para estudar no Labtecon.

No período da tarde, os engenheiros Francisco Andriolo e Luércio Scandiuzzi proferiram palestras sobre controle de qualidade e tecnologia do concreto.

Histórias casadas

O técnico do Labtecon, Gilmar Fabro, é uma das pessoas que sintetizam a história do laboratório. Anterior à construção da sede, Fabro foi convocado pelo engenheiro Luércio, o primeiro gerente do Labtecon, para fazer parte do quadro de funcionários.

“Quando me chamou, o Luércio não disse onde seria a minha sala”, lembra Gilmar. Há trinta anos, pois, ele instalou sua mesa na sala de ensaios. Está lá até hoje, exatamente no mesmo espaço. “Ainda não me disseram onde será o meu escritório”, brincou.

Fabro nasceu em Piratininga, interior de São Paulo, e começou a trabalhar com tecnologia de concreto na usina de Ilha Solteira, da Companhia de Energia do Estado de São Paulo (CESP), também sob a regência do engenheiro Luércio. No Labtecon, é o funcionário mais antigo em atividade. “Iríamos comemorar os meus trinta anos na empresa, mas preferimos festejar o aniversário do laboratório”, conformou-se. Mas as homenagens no dia de festas ficam para os dois.

Tecnologia no concreto

O Laboratório de Concreto foi criado para dar suporte tecnológico à construção da barragem de Itaipu. Nele é feita uma série de análises, testes e ensaios relacionados à qualidade do concreto e à segurança de barragens. “Era a demanda de Itaipu que fazia o laboratório evoluir”, disse o engenheiro Luércio, destacando tecnologias como o concreto prensado por rolos e o concreto com fibras de aço, desenvolvidas no Labtecon.

Para administrar este banco de informações, foi criado no PTI em fevereiro de 2008, o Centro de Estudos Avançados em Segurança de Barragens (Ceasb). Atualmente, além de orientar trabalhos de conclusão de curso das faculdades e fornecer especialistas para outras construções, o Labtecon está envolvido com testes na casa de concreto, que pretende analisar a viabilidade de construção e uso de uma casa feita inteiramente de concreto.