O coordenador de Energias Renováveis, Cícero Bley Jr, que também é responsável pelo Observatório Brasil de Energias Renováveis para América Latina e Caribe, e o gerente do escritório, Marcelo Alves de Sousa, estão em Viena, na Áustria, onde participam, até o dia 11, da Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi). A Onudi é a agência da ONU encarregada de fomentar a utilização de energias renováveis no mundo.  

Cícero Bley e Marcelo Alves de Souza em Viena:        na pauta, energias renováveis

O encontro reúne representantes de 173 países membros, incluindo chefes de estado e do governo, ministros e executivos de alto escalão de todo o mundo, bem como líderes empresariais, representantes da sociedade civil, pesquisadores e instituições acadêmicas. Eles debatem questões ligadas à indústria verde e as oportunidades que ela oferece aos países em desenvolvimento, considerando as atuais circunstâncias econômicas. Além disso, examinam todos os projetos da Onudi e recursos necessários para executá-los.

  
O evento enfatiza também o papel da nova indústria que surge com as energias renováveis e com as mudanças globais, contribuindo para que os países atinjam os seus objetivos de desenvolvimento econômico, dentro de um modelo ambientalmente sustentável.
  
De acordo com Cícero Bley Jr, o interesse da Itaipu e, consequentemente, do Observatório Brasil, é mostrar a experiência que vem dando certo no Paraná com a implantação de uma rede de protótipos que geram energia a partir do aproveitamento de dejetos e resíduos orgânicos.
  
A proposta consiste em submeter os dejetos que antes contaminavam os rios e o reservatório da Itaipu, a tratamento sanitário por biodigestão (biodigestores), estimulando a valorização máxima dos subprodutos que dela resultam como biogás e biofertilizante. Este processo, além de produzir energia elétrica veicular ou térmica, possibilita a obtenção de créditos de carbono pela redução de gases de efeito estufa e incentiva o uso de biofertilizantes para a fertilidade dos solos.
  
“Isso tem tudo a ver com a proposta deste evento, pois estamos promovendo o desenvolvimento industrial sustentável e gerando fontes de receita para o produtor rural, com a venda de energia, produção de biofertilizante e pela venda de créditos de carbono. É um projeto que agrega renda e qualidade de vida, permitindo a fixação do homem no campo”, esclarece Cícero.
  
Estas iniciativas estão sendo apresentadas no estande brasileiro , por meio de vídeos institucionais da Itaipu e do Observatório Brasil, além de folheteria que promove a Plataforma Itaipu de Energias Renováveis e os dez projetos do Observatório Brasil.
    

 No primeiro dia do evento, os representantes da Itaipu, da Onudi e o professor Dr. Thomas Amon, da Universidade da Terra de Viena/Boku, se reuniram para dar continuidade aos entendimentos realizados durante a visita do professor em agosto, quando foi criada a Rede Brasil Biogás. Como resultado, ficou estabelecida a implantação do Laboratório de Biogás do Observatório de Energias Renováveis do Brasil, credenciado pela Universidade da Terra de Viena.

Até março, a Itaipu recebe a visita do professor Amon e doutorandos para a concretização do projeto. Da parte da Onudi, participaram o chefe da Unidade de Desenvolvimento Rural da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido), Pradeep Monga, e seu assessor para a América Latina, Asier Erdozain, além do assessor para a África, Alois Mhlanga.