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Itaipu, FPTI e Exército inauguram projeto de segurança energética
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20/04/2016
A Itaipu Binacional e o Exército Brasileiro inauguram em Brasília (DF), no próximo dia 26, às 11h, o projeto-piloto de segurança energética – módulo 1 de Armazenamento de Energia. A parceria, que inclui a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI), tem como proposta testar e desenvolver produtos e equipamentos voltados para a segurança energética do País, assim como soluções de mobilidade sustentável para o Brasil.
 
Na ocasião, a diretoria da usina fará o repasse de um veículo elétrico e de um eletroposto de abastecimento monitorado pelo sistema de gestão de mobilidade inteligente MOBI.ME. A solenidade acontece no quartel general do Exército - setor militar urbano, com a participação de ministros e diversas outras autoridades.
 
Devem participar da cerimônia a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; a diretora financeira executiva de Itaipu, Margaret Groff; e o diretor-superintendente da FPTI, Juan Carlos Sotuyo; além de comandantes do Exército, Marinha, Forças Armadas e demais parceiros de Itaipu em projetos semelhantes de mobilidade, como os Correios, PNUD, ONU e Finep, entre outros.
 
O Exército forneceu a parte do sistema para a geração de energia solar. A Itaipu forneceu as baterias (FIAMM) e o sistema de armazenamento de energia (Ingrid), além do veículo elétrico em comodato e o eletroposto. A instalação é uma ação conjunta dos parceiros da Itaipu, a FPTI e o próprio Exército.
 
Como vai funcionar 
 
O sistema de armazenamento de energia instalado no quartel-general do Exército Brasileiro em Brasília atenderá os escritórios, o sistema de segurança sul do quartel e fornecerá energia para um eletroposto, que abastecerá veículos elétricos.
 
Segundo a diretora financeira executiva de Itaipu, coordenadora do projeto MOBI.ME, Margaret Groff, o sistema de armazenamento de energia é híbrido, podendo coordenar várias fontes simultaneamente (solar, eólica, hidrelétricas, diesel, biometano e geotérmica, entre outras).
 
Como Brasília tem a segunda maior insolação do Brasil, portanto, um grande potencial de energia solar, para este primeiro piloto foi escolhida como fonte a energia proveniente do sol. Foram instalados 360 painéis fotovoltaicos conectados a seis inversores solares com potência total de 90 kW.
 
Os inversores solares são conectados entre si e conectados a um outro inversor master híbrido, com potência máxima de 125 kW, que é ligado à rede elétrica e a um banco de baterias, permitindo a gestão energética do sistema. Esse inversor é responsável por fazer o carregamento das baterias utilizando energia solar prioritariamente. No total, são doze baterias de sódio com acumulação de 282 kWh.
 
Vantagens a mais 
 
O sistema é controlado por um software desenvolvido pela empresa espanhola Ingrid, com a colaboração da Itaipu e FPTI. O equipamento possui como estratégia duas funções concomitantes, autonomia e economia. 
 
E o que isso significa na prática? O assessor de Mobilidade Elétrica, Celso Novais, explica. Na função autonomia, com a configuração de baterias atual, poderá fornecer carga ininterrupta por até duas horas, no caso de falta de insolação ou queda de energia na rede elétrica. Já a função economia trabalha com o objetivo de reduzir ao máximo a conta de luz, utilizando os módulos solares e a carga das baterias para neutralizar a carga elétrica consumida, preservando reserva suficiente para não comprometer a função autonomia. 
 
O sistema apresenta uma série de características inovadoras e de segurança, que o torna o primeiro nessa categoria instalado no Brasil, tais como: utilização de baterias de sódio de alta potencia, com imunidade à variação da temperatura e com alto grau de segurança, pois evita a ocorrência de explosões ou incêndios. Além disso, pode operar tanto no modo on grid e off grid (conectado ou não à rede de energia).
 
No modo off grid, caso ocorra um blackout, a resposta é 150 vezes mais rápida que um sistema de backup diesel convencional e, por isso, também mais confiável, uma vez que essa velocidade de reenergização do sistema é imperceptível aos sistemas eletrônicos. Com isso, assegura que enquanto o sistema estiver instalado, a portaria que faz a segurança do quartel sempre terá energia para funcionar satisfatoriamente.
 
No modo on grid, a combinação baterias e energia solar está gerando uma economia de aproximadamente R$ 30 mil ao Exército, no mês, em torno de 10% da sua fatura de energia. Como o software é programável e as baterias podem prover energia a qualquer hora do dia, a economia pode chegar a até R$ 60 mil ao mês, caso o sistema seja acionado no horário de ponta, quando a energia custa mais caro. A economia ainda pode ser maior, pois como o sistema é modular, uma quantidade maior de baterias e de painéis solares podem ser adicionados ao sistema a qualquer momento.
 
Veículo Elétrico 
 
Para compor todo o projeto-piloto, a Itaipu cedeu em comodato um veiculo elétrico Renault Fluence Z e um eletroposto que será ligado ao sistema de armazenamento de energia. O Fluence Elétrico possui motor elétrico de 70 kW de potência e um pack interno de baterias de lítio que contêm 48 módulos, totalizando 22 kWh de energia disponível. O resultado é uma autonomia de até 185 km em condições normais de utilização.
 
O posto de recarga, montado pela equipe técnica da Itaipu, é capaz de fornecer energia para até dois veículos simultaneamente e poderá carregar o veiculo elétrico em aproximadamente 4 horas.
 
O automóvel e o eletroposto serão monitorado pelo Sistema Mob-i de Itaipu, por meio de um módulo de comunicação desenvolvido pelo CEiiA, Centro de Tecnologia de Portugal, que permite monitorar em tempo real os equipamentos, informando estado de carga, localização, velocidade e deslocamentos, além da quantidade de CO² com emissão evitada, entre outros indicadores.