“Maravilloso, maravilloso!” As palavras exclamadas em espanhol e sem qualquer timidez pelo cubano Ovídio Cabrera, após a projeção do filme institucional da Itaipu, hoje pela manhã, no Centro de Recepção de Visitantes, deixaram clara a sua surpresa e satisfação com o que acabara de assistir. Cabrera é diretor-geral da Telesur – emissora de televisão multiestatal sediada na Venezuela que difunde a cultura e o debate de temas próprios da América Latina. Ele pretende fazer da Itaipu uma das principais atrações de um programa, ainda em fase de projeto, dedicado às grandes obras realizadas nesse pedaço de continente.

Ovídio Cabrera, diretor-geral da Telesur

Cabrera conheceu a usina, ficou encantado com a magnitude do empreendimento e com as realizações nas áreas socioambientais promovidas pela Itaipu, e se convenceu de que o tema se enquadra perfeitamente no tipo de programação considerada como ideal pela Telesur.

 Segundo ele, a empresa surgiu para ajudar na integração do povo latino-americano. “Integração essa de acordo com que acontece aqui, com Brasil e Paraguai”, diz o experiente dirigente. Como chefe da televisão estatal cubana por um período de dez anos, Cabrera já foi subordinado de Fidel Castro.

Para o cubano, além de pautar a Telesur, Itaipu serve também como fonte de inspiração para o futuro programa que a emissora quer levar ao ar. “A ‘pedra que canta’, nome indígena da Itaipu, pode ser também um nome muito bom para o programa”, ressalta.

Comunicação alternativa

A Telesur surgiu em 2005 e funciona como uma espécie de alternativa de comunicação para a América Latina e Caribe, em contraste à programação das grandes corporações de comunicação da América do Norte e Europa. “Conhecemos melhor as coisas de Paris e Washington do que as da nossa própria região. O povo da América Latina precisa saber o que fazemos e conhecer nossas potencialidades”, afirma.

Programação também no Brasil

O conteúdo programático da Telesur pode ser visto em diversos países localizados abaixo da linha do Equador. No Brasil, a TV Educativa, do governo do Paraná, é uma das retransmissoras. Desde fevereiro, um noticiário com duração de meia hora realizado pela Telesur é veiculado pela estatal paranaense, de segunda a sexta-feira, das 7h45 às 8h15.

O que as outras não mostram

Segundo Cabrera, a Telesur tem o objetivo de aumentar a sua difusão no Brasil. O estreitamento dessa relação acontece também com a colaboração mútua para a realização de projetos. Um deles, de acordo com Cabrera, pretende “mostrar, por meio da multiestatal, a história assustadora e nebulosa da América Latina que as grandes redes internacionais não mostram”, revela.