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Meio Ambiente
Itaipu anuncia criação de refúgio biológico
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17/07/2008

Itaipu terá um refúgio biológico e um banco de germoplasma no lado paraguaio, a exemplo dos que existem no lado brasileiro da usina. O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo diretor de Coordenação executivo, Geronimo Laviosa. O Refúgio Biológico Yvyty Rokai vai ser criado para preservar remanescentes florestais e espécies de fauna nativas da ecorregião do Departamento (Estado) de Alto Paraná, no Paraguai, na fronteira com o Brasil.

 

   Na mesma área existe uma espécie de cachorro selvagem em perigo de extinção, o Cachorro-do-mato-vinagre (Spheotos venaticus). Com uma área total de 5,8 mil hectares (considerando a região de zona de amortecimento), o refúgio vai ficar em uma região estratégica de preservação da fauna e flora nativa, entre as reservas biológicas Itabó e Limoy, dois importantes remanescentes florestais da região.

 

Segundo Laviosa, o custo de restauração de uma área é muito maior que o de preservação. “O trabalho é identificar essas áreas ainda intactas e depois preservá-las”, explicou. A intenção é futuramente fazer acordos com proprietários de áreas preservadas e anexá-las ao refúgio".

 

     Geronimo Laviosa, diretor de Coordenação executivo O Yvyty Rokai será feito nos moldes do Refúgio Bela Vista, da margem brasileira, com infra-estrutura para o turismo ecológico. “Será aberta uma porta de contato com as universidades do Paraguai e do Brasil. Os estudantes das áreas biológicas poderão desenvolver pesquisas no refúgio”, explicou Laviosa.

 

Banco de germoplasma

 

Outra iniciativa é a criação de um banco de germoplasma, para preservar as informações genéticas de espécies da flora paraguaia. Segundo o superintendente de gestão ambiental, Pedro Francisco Domaniczky, o banco terás as interfaces in vivo e in vitro, isto é, serão preservadas tanto as plantas já existentes em remanescentes florestais quanto as sementes, que serão congeladas e guardadas para futuros estudos.

 

      Pedro Francisco Domaniczky, superintendente de     gestão ambiental No primeiro caso, uma área de 40 mil hectares ainda intactos, com plantas adultas, será utilizada como fornecedora de sementes. Essas sementes, representando de 150 a 200 espécies da flora da região do Alto Paraná, ficarão arquivadas em um banco germoplasma, nos moldes do já existente na margem brasileira.

 

O banco ficará dentro do refúgio biológico e contará com área de secagem e câmara fria para congelar as sementes. Com a informação genética preservada, será possível no futuro fazer importantes estudos para preservação dessas espécies vegetais.

 

“Por muito tempo cultivamos espécies exóticas como milho e trigo para produzir alimentos. Agora, podemos fazer o uso econômico de espécies nativas que têm grande valor medicinal”, afirmou Laviosa. Ele citou a erva Tembetary hu (Fagara chiloperone), da qual foi descoberto um princípio ativo para o tratamento do Mal de Chagas.