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Sala de Imprensa
Exposição emociona público
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23/06/2008

Uma exposição, uma mesa-redonda e uma gigante, a escritora e ativista Clara Charf. A abertura da mostra "Mil Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo" teve, sexta-feira, em Foz do Iguaçu, a dimensão a que se propõe: pessoas de várias etnias convivendo num mesmo lugar em harmonia.

 

Além de brasileiros, paraguaios e argentinos, representantes das comunidades árabe-palestina, japonesa e coreana acolheram a exposição, que reúne a biografia de personalidades e também de mulheres simples. Gente que, a partir de sua própria experiência, mudou sua vida e está revolucionando a história. Um marco pela liberdade, aplaudido de pé.

 

À tarde, Clara Charf e as cinco palestrantes brasileira Moema Viezzer (consultora de Itaipu), as paraguaias Maggiorina Balbuena e María Ramona Nogueira Dominguez, e as argentinas Silvia Ocampo e María Sarthes inauguraram o espaço da Paz, no Ecomuseu, com o plantio de árvores. A programação antecedeu a abertura da exposição, que começou às 18h, no Centro de Recepção de Visitantes.

 

Os convidados foram recepcionados com um café colonial. Os doces, sucos e salgados orgânicos foram preparados por agricultores e agricultoras de São Miguel do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu e Medianeira. Logo em seguida, o público acompanhou a mesa-redonda mediada pela coordenadora do Programa de Incentivo à Eqüidade de Gênero da Itaipu, Maria Helena Guarezi, com a participação especial do diretor de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Friedrich.

 

Clara Charf, organizadora da exposição, e as cinco palestrantes convidadas para a mostra contaram por que foram escolhidas para fazer parte da mostra "Mil Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo". Para Maria Helena Guarezi, "a luta dessas mulheres serve de inspiração para as pessoas que querem promover justiça social no mundo".

 

O diretor de Coordenação e Meio Ambiente elogiou o trabalho das mulheres que compõem a mostra. "Enquanto o mundo está falando em guerrra, brigando, a tríplice fronteira dá o exemplo de que a paz é possível". E acrescentou: "estar perto e trabalhar em Itaipu com a Moema uma ativista reconhecida por seu trabalho no mundo inteiro, só pode nos dar muito orgulho. Poder beber da sabedoria de Clara Charf que, desde a 2ª Guerra Mundial, luta pela paz e carrega tanta outras bandeiras pela liberdade é, sem dúvida, um momento para ninguém aqui esquecer".

 

Clara Charf disse que as pessoas que moram em Foz do Iguaçu devem se orgulhar de viver numa cidade com pessoas de tantas etnias (são mais de 70). A escritora lembrou que essa é a primeira vez no mundo que a exposição é patrocinada por uma empresa com as características de Itaipu, uma binacional.

 

Por causa disso, Clara pediu que todos ficassem até o final da apresentação, para que o momento fosse registrado numa fotografia que será levada à Suíça, onde nasceu o movimento para escolher mil mulheres em todo o mundo para concorrer ao Prêmio Nobel da Paz de 2005. Elas não ganharam, mas o movimento continou ativo.

 

Com força, disposição e grande sabedoria, Clara, aos 83 anos de idade, segurou a platéia por mais de três horas. Entre uma pergunta e outra, foi questionada sobre os 60 anos de luta pela libertação da Palestina e respondeu que tanto palestinos quanto israelitas têm direito a um estado independente. E o caminho é a paz, sem a ingerência política de grandes nações e interesses contrários aos desses dois povos. A escritora foi aplaudida de pé, especialmente pelos representantes da comunidade árabe. No final da programação, integrantes do Programa de Incentivo à Eqüidade de Gênero entregaram uma lembrança às palestrantes e a Clara Charf.

 

A programação foi encerrada com a venda e autógrafos de livro "Brasileiras Guerreiras da Paz", que reúne a biografia de cada uma das 52 brasileiras participantes do projeto.

 

O que é a mostra

 

A mostra reúne mulheres, de 154 nacionalidades, que fazem um trabalho permanente pela promoção da paz. Para definir as mil representantes, coube a cada país indicar um número de candidatas proporcional à sua população. As 52 brasileiras passaram pela aprovação de uma comissão de onze pessoas, entre elas dois homens – o escritor Ignácio de Loyola Brandão e o teólogo Leonardo Boff.