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Energia
Ex-ministro defende maior investimento em hidreletricidade
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24/05/2013

As relações entre produção de energia, sustentabilidade e segurança, numa perspectiva de integração entre povos e países, foram o tema de uma das mesas mais aguardadas do 15º Encontro Regional Ibero-Americano do Cigré (Eriac), que acontece de 19 a 23 de maio, no Hotel Golden Tulip Internacional, em Foz do Iguaçu. Mediado pelo diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, o debate reuniu especialistas do Brasil, Paraguai e Argentina.

Entre eles, Francisco Sibut Gomide, Ph.D. em Recursos Hídricos, ex-ministro de Minas e Energia (2002), ex-diretor-geral brasileiro da Itaipu (1993-95), fundador (1977) e presidente (1985-87) da Associação Brasileira de Recursos Hídricos.

Ferrenho defensor da importância das hidrelétricas para o desenvolvimento, Gomide apresentou dados e fatos concretos para corroborar que os benefícios dos reservatórios são maiores que os danos humanos ou ambientais.

Para ele, é preciso explorar, de forma sustentável, aquilo que ainda não foi aproveitado. A América do Sul tem o maior potencial hidráulico do mundo, na ordem de 25% da da água doce superficial do planeta. O Brasil detém 13%.

Gomide resumiu a questão, convidando os colegas a se engajarem e defenderem o setor, disseminando o conhecimento e vencendo os mitos.
“Uma das mais antigas definições da engenharia a coloca como a ciência de fazer o melhor uso possível dos recursos naturais para o benefício da humanidade. É o conceito de sustentabilidade: usar conscientemente e garantir que haja no futuro", disse.

"Qualquer obra de infraestrutura trará prejuízo ao meio ambiente, mas é papel dos engenheiros descobrir a forma de minimizá-lo. Deixar de construir não é uma opção. Afinal, sem infraestrutura não há desenvolvimento, e sem desenvolvimento não é possível reduzir a pobreza e promover a igualdade social”, ressaltou.

“Argumentos para defender as hidrelétricas e a importância dos reservatórios não faltam. O que precisamos é vencer o lobby político e a oposição irracional que alguns grupos de ambientalistas têm contra elas”, avaliou Gomide.

Para Samek, desperdiçar o poder hidrológico da América Latina é um desserviço. “Os estudos mostram a nossa imensa capacidade de produzir uma energia limpa e renovável que poderá trazer a todos os brasileiros mais conforto. Temos que investir nisso”, avaliou.

Teoria e prática

O argentino Hugo Carranza trouxe aspectos mais acadêmicos à discussão e enfatizou a importância dos veículos elétricos para um futuro mais sustentável - dados apontam que, atualmente, os transportes respondem por 30% da utilização de energia, sendo que grande parte é derivada de combustíveis fósseis não renováveis. Presidente da seção argentina da Sociedade de Engenheiros de Petróleo em duas ocasiões e atual vice-presidente, ele reconheceu a importância da hidreletricidade como opção viável.

Focando na importância da energia elétrica para o desenvolvimento do Paraguai, em especial com a construção da linha de 500kV, o diretor técnico da Itaipu, José María Sánchez Tillería, mostrou fotos e fez comparativos entre a situação atual do país vizinho e a que é esperada quando a obra estiver concluída. Falou também do potencial paraguaio de produção de energia elétrica e solar.

Participação

Após as exposições, o público pôde participar e fazer questionamentos aos especialistas. Engenheiros de diversas partes do País se posicionaram e lembraram os pontos negativos e positivos de diversas formas de produção de energia.

Eriac

Nesta quinta-feira (23), último dia do encontro, os especialistas participantes do Eriac farão uma visita técnica a Itaipu, às 14h.
O encontro ocorre a cada dois anos. A realização é do Cigré-Brasil, com promoção do Cigré Argentina e Cigré Paraguai. Este ano, a organização foi da Itaipu Binacional.