Líder mundial na geração de energia limpa e renovável

Meio Ambiente
Evento da Itaipu na COP 26 destaca a conservação ambiental como estratégia climática
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09/11/2021

Os cuidados com o meio ambiente como estratégia para enfrentamento das mudanças climáticas foram o principal tema do evento “Biodiversidade e mudança climática: a importância da conservação dos ecossistemas para prover energia limpa e renovável para todos”, realizado pela Itaipu Binacional na tarde desta terça-feira (9) na Conferência do Clima (COP 26), em Glasgow (Escócia). 


Experiências que evidenciam as conexões entre conservação, água, energia, clima e desenvolvimento territorial sustentável. Fotos: Romeu de Bruns.

 

O evento ocorreu no Pavilhão da ONU Mudanças Climáticas (UNFCCC) e contou com a participação de representantes do Programa Ambiental da ONU (Unep), Convenção da Diversidade Biológica (CBD, em inglês), The Nature Conservancy (TNC), Itaipu Binacional, Climate Reality Project, UNFCCC e ministérios do Meio Ambiente do Brasil e do Paraguai. 

Os painelistas apresentaram experiências que evidenciam as conexões entre conservação, água, energia, clima e desenvolvimento territorial sustentável. Jyoti Mathur-Filipp, da CBD, destacou o fato de que metade da economia mundial está atrelada à natureza. Em um mundo em que cerca de um milhão de espécies encontra-se em risco de extinção, ele diz, a devastação da natureza se configura um risco econômico. “Costuma-se falar que não há ‘Planeta B’, o que não é exatamente verdade, já que o planeta continua. Somos nós que estamos em risco”, alertou.

Karen Oliveira, da TNC, abordou o grande potencial hídrico que o Brasil detém na Amazônia, com enfoque na região do Tapajós, onde, além da vocação para a energia, também se destaca o escoamento de grãos. Segundo ela, a experiência demonstra que o desenvolvimento de uma região deve ser pensado com uma visão estratégica para o território em que as obras de infraestrutura são tão importantes como a criação de áreas de conservação. “E não se pode iniciar um projeto de desenvolvimento sem diálogo com as comunidades locais”, afirmou.


Participação do superintendente de Gestão Ambiental da Itaipu, Ariel Scheffer da Silva.

 

O subsecretário de Clima e Relações Internacionais do MMA, Marcelo Freire, um dos encarregados pela abertura do evento, destacou a importância da Itaipu como benchmarking internacional em cuidados ambientais. O case da binacional foi apresentado pelo superintendente de Gestão Ambiental, Ariel Scheffer da Silva. Segundo ele, a conservação é uma estratégia de negócio para a empresa, que visa a garantir a longevidade do reservatório e, portanto, a geração de energia para o Brasil e o Paraguai no longo prazo. 

“A reconstrução do ecossistema é vital para a segurança hídrica e energética. E não basta apenas plantar árvores, mas trabalhar com a biodiversidade e a restauração de florestas completas, inclusive com a reintrodução de espécies de fauna, o que se configura como uma estratégia de resiliência e mitigação das mudanças climáticas”, afirmou o superintendente, que apresentou uma comparação sobre a regeneração das florestas em torno do reservatório: caso a faixa de proteção, que tem 210 metros de largura, fosse estendida a partir de Glasgow em linha reta, chegaria à cidade de Atenas, na Grécia, a 2.730 km de distância.

 
Participantes de painel organizado pela Itaipu, nesta terça-feira (9).

 

O painel contou ainda com a participação de David Dao, do Climate Reality Project, uma iniciativa que trabalha com inteligência artificial, block chain e monitoramento da biodiversidade por meio de satélites para facilitar o acesso a recursos para comunidades que preservam o meio ambiente. Ele também enfatizou as consequências econômicas da perda de biodiversidade: o desmatamento impacta em até 10% do PIB mundial. “Não há como cumprirmos o Acordo de Paris sem frearmos o desmatamento, que responde por 18% a 25% das emissões mundiais”, disse.

O painel, que também teve a participação na abertura de Alexandre Paris, da secretaria da UNFCCC, e moderação de Valerie Kapos, chefe do programa de Mudança Climática e Biodiversidade do Centro de Monitoramento da Conservação da Unep, foi encerrado pelo diretor de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Paraguai, Ulisses Lovera, que destacou a importância da geração hídrica para o país vizinho, onde 99,9% da eletricidade é produzida sem gerar gases de efeito estufa.