Líder mundial na geração de energia limpa e renovável

Energia
Energia renovável exige tempo e investimento
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20/05/2008

De um lado, a obtenção de energia por meio de uma tecnologia amplamente desenvolvida, lucrativa e difundida em todo o planeta, mas que traz poluição, exclusão e permanece sob o estigma do esgotamento inevitável. De outro, projetos incipientes que exigem investimentos a longo prazo e ainda enfrentam resistências, mas capazes de produzir uma energia que se renova, é limpa e capaz de, descentralizando a produção, fazer com que a eletricidade chegue onde ela ainda não está.

 


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A antítese entre os combustíveis fósseis e as fontes renováveis de energia, opções separadas por um abismo induzido sobretudo pela lei de mercado, tomou conta da última mesa-redonda realizada na tarde dee terça-feira, 20, no Fórum Global de Energias Renováveis, no Hotel Bourbon Cataratas, em Foz do Iguaçu.

 

Moderado por Rodney Smith, apresentador do programa de rádio “World Business Review”, da rede britânica BBC, o debate com o tema “Condições de mercado para a energia renovável versus combustíveis fósseis” teve como fio condutor a avaliação dos obstáculos que impedem ou dificultam a difusão das energias renováveis frente a um concorrente muito poderoso: o combustível originado do petróleo, carvão ou gás natural.  

 


Herbert Greisberger, da Associação Austríaca
para Tecnologia e Meio Ambiente
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Durante as discussões, muitos pontos em comum. Eles defenderam uma mudança radical na forma como a produção de energia é tratada pelos países mais desenvolvidos, justamente “os maiores responsáveis pelas mudanças climáticas no planeta”, de acordo com as palavras do austríaco Herbert Greisberger, secretário-geral da Associação Austríaca para a Tecnologia e o Meio Ambiente (ÖGUT).

 

“Existem limites para a exploração dos combustíveis fósseis. A escassez do petróleo, por exemplo, vai ocorrer. É apenas uma questão de quando isso vai acontecer”, alertou.

 


Nebojsa Nakicenovic, do Instituto Internacional
de Análise de Sistemas Aplicado
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Como alternativa, propostas para aumentar o investimento em pesquisas de energias renováveis; estimular a cooperação internacional; e melhorar as oportunidades de acesso a novas opções energéticas. As conclusões adquiram tons de apelo.

 

“A notícia ruim é que tudo isso é um trabalho de longo prazo. Mas o modelo atual não se sustenta e precisa mudar. Do jeito que está não pode ficar”, afirmou Nebojsa Nakicenovic, do Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicado (Iiasa).

 


Fábio Rosa, da rede Energia Renovável e 
Eficiência Energética
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O secretário regional para a América Latina e Caribe da rede Energia Renovável e Eficiência Energética (da sigla em inglês REEEP), Fábio Rosa, defendeu ainda mudanças nas leis que regulam a exploração energética, que, segundo ele, se parecem muito entre um país e outro.

 

“Isso gera modelos que passam a ser multiplicados mundialmente”, disse. De acordo com ele, para começar a pôr a tecnologia da energia fóssil frente a frente com a renovável, é preciso, primeiramente, ter novos modelos de regulação, de negócio e de financiamento.

 


Abeeku Hammon, reitor da Faculdade de 
Engenharia Mecânica e Agrícola, de Gana
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Parciparam ainda o ganês Abeeku Hammon, ex-diretor do secretariado do GVEP (Global Village Energy Partnership) e reitor da Faculdade de Engenharia Mecânica e Agrícola, de Gana, e Raúl Sendic, presidente da Administração Nacional de Combustíveis, Álcool e Portland (Ancap), do Uruguai.