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Meio Ambiente
Crédito de carbono: Samek vai representar AL
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20/06/2008

O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, foi escolhido para representar a América Latina em uma comissão internacional que tem por objetivo difundir o conhecimento sobre mercado de créditos de carbono. Samek e outras cinco pessoas, representantes de cada continente, foram convidados pela Associação Internacional de Comércio de Emissões (IETA, na sigla em inglês), uma entidade com sede em Genebra (Suíça), que reúne empresas e especialistas no comércio de emissões de carbono. O convite foi feito  quinta-feira, dia 19, em Sevilha (Espanha), quando o diretor-geral brasileiro de Itaipu conhecia a plataforma de energia solar daquele país.

 

Segundo Jorge Samek, a comercialização de créditos de carbono ainda é pouco difundida pelo mundo. “Quem de fato trata deste assunto são os países da União Européia”, afirmou. “É aqui que está o conhecimento sobre o tema.” Ele explicou que sua participação na comissão permitirá que se acrescentem outros itens na lista de atividades passíveis de virar créditos de carbono, como o plantio direto, que são do interesse do Brasil. 

Na visão do diretor de Itaipu, há pouco conhecimento sobre créditos de carbono no Brasil, o que prejudica a participação do País neste mercado específico.  A primeira reunião da comissão já está marcada. Será em outubro, na sede da IETA, em Genebra. “Estou levando para o Brasil muito material para estudar e aprender sobre o assunto”, afirmou Samek, empolgado. Em setembro, a entidade promoverá uma capacitação sobre créditos de carbono, com os maiores especialistas do mundo. O curso será realizado na Espanha.

O que são os créditos de carbono

 

Créditos de Carbono, basicamente, são certificados que autorizam o direito de poluir. Nos países ricos, as agências de proteção ambiental reguladoras selecionam as indústrias mais poluentes e estabelecem as metas para redução de emissões. As empresas recebem bônus negociáveis de acordo com o que foi estabelecido. Cada bônus, cotado em dólares, equivale a uma tonelada de poluentes. Se a empresa não cumpre a meta, é obrigada a comprar certificados de empresas que superaram o que foi estabelecido ou que são bem sucedidas na questão ambiental.

  

É aí que entram países como o Brasil, onde não há metas para redução de emissões, mas as empresas que reduzirem a poluição podem se credenciar no mercado dos Créditos de Carbono, negociáveis nas Bolsas de Valores e de Mercadorias.

 

Maior do mundo

 

Desde quarta-feira (19), Samek está em Sevilha para conhecer a plataforma de energia solar do país, a convite do diretor da Plataforma Solar de Almería, Diego Martínez, que esteve recentemente em Foz do Iguaçu, participando do Fórum Global de Energias Renováveis.

A Espanha é a maior potência mundial em energia solar e, segundo Samek, tem em sua produção de energias renováveis um exemplo a ser seguido. “Na Espanha tudo é aproveitado para produzir energia”, afirmou. Samek visitou a central elétrica onde dezenas de espelhos refletem a luz solar para um único ponto, centralizando o calor e produzindo energia elétrica. Ele também conheceu as centrais de produção de energia a partir da biomassa, o sistema de distribuição de energia elétrica e o sistema de saneamento da cidade.

"Em Sevilha o esgoto é 100% tratado. Todos os resíduos são usados para produzir eletricidade.” Após a visita de dois dias, Samek vai trazer para a Itaipu Binacional importantes informações para projetos semelhantes que fazem parte da Plataforma Itaipu de Energias Renováveis.

O assistente da Diretoria Geral de Itaipu para projetos especiais, Cícero Bley Júnior, acompanhou Samek na visita a Sevilha. Bley coordena a Plataforma Itaipu de Energias Renováveis e é um grande conhecedor do assunto. Samek e Bley estão na Espanha participando da Exposição Internacional de Zaragoza, a Expo 2008.