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Meio Ambiente
Calor no inverno antecipa passagem de peixes
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23/07/2008

O calor fora de época antecipou a passagem dos peixes migradores do Rio Paraná pelo Canal da Piracema e, desde segunda-feira, mobiliza técnicos para a captura e implantação de aparelhos de radiotelemetria nas espécies que cruzam o córrego artificial. Para monitorar o ciclo migratório dos peixes, apenas na segunda-feira 21 deles – entre curimbatás e piaparas – sofreram uma cuidadosa cirurgia para a inserção de pequenos radiotransmissores no abdômen. Na terça-feira, mais 18 foram submetidos ao procedimento.

 

     Lisiane Hahn mostra um dos curimbatás                     capturados na segunda-feira Essa é a maior quantidade de peixes marcados eletronicamente num período tão curto, desde quando o projeto foi implantado em 2004.

 

O aparelho instalado nos animais emite uma freqüência de rádio específica. Ela é captada por cinco estações de recepção estrategicamente localizadas ao longo do Canal da Piracema – que desde 2002 faz a ligação do reservatório da usina com o Rio Paraná. “Isso nos permite saber se os peixes estão subindo, descendo ou ficam nas redondezas do canal”, explica Domingo Fernandez, veterinário da Divisão de Reservatório. Dessa forma, o equipamento oferece condições para avaliar a funcionalidade do Canal da Piracema para a migração dos peixes entre reservatório e o Rio Paraná.

 

Até agora, os resultados são satisfatórios. “Essa técnica é extremamente eficaz para o objetivo principal do projeto, que é verificar se os peixes que entram no Canal da Piracema conseguem subi-lo, atingir o reservatório e continuar se deslocando”, ressalta a bióloga Lisiane Hahn, a responsável pela cirurgia de inserção dos radiotransmissores em cada um dos peixes capturados. Segundo Lisiane, desde a implantação do projeto, em 2004, já foram marcados cerca 105 peixes de seis espécies diferentes: dourado, pintado, cachara, pacu, curimba (ou curimbatá) e piapara.

 

De acordo com Domingo Fernandez, o “microverão” durante o mês de julho fez com que os peixes acabassem subindo em cardume, rumo ao reservatório, antes de hora. “É comum observar um ou dois peixes durante o inverno, mas muitos, como acontece agora, é a primeira vez que vejo”, ressalta Domingo. Como a marcação eletrônica acontece de acordo com a disponibilidade dos peixes no canal, o momento foi ideal também para aproveitar a “pressa” dos animais em subi-lo.

 

“Tendo em vista que esse aumento de temperatura fora de época é temporário e não sabemos o quanto vai durar, aproveitamos para antecipar também a implantação dos transmissores nos peixes, o que normalmente só é feito na piracema, de setembro a março, quando os peixes aparecem em grande quantidade pelo canal”, explica o veterinário. Ele espera que o trabalho continue pelo menos até esta quarta ou quinta-feira.