Líder mundial na geração de energia limpa e renovável

Energia
Cabos que cruzam o Rio Paraná são substituídos
Tamanho da letra
23/07/2008

Mesmo que o Rio Paraná, a jusante da barragem, suba para o nível máximo possível - 142,5 metros em relação ao nível do mar (o normal é de 101 a 107 metros), a água não vai atingir a linha de 66 kV em 50 Hz, que passa sobre o rio. Com a troca dos cabos condutores e dos pára-raios, que começou na segunda-feira da semana passada (dia 14) e termina nesta semana, os cabos foram elevados em 17,5 metros e, com isso, ficarão seis metros acima do nível da água num caso de cheia extrema do rio.

 

A linha de transmissão liga a subestação da Margem Direita a Furnas Centrais Elétricas e é utilizada para enviar tensão a Furnas em caso de falha de seus transformadores auxiliares. Justamente por cruzar o rio, a seção substituída tem a maior extensão de toda a linha - são 700 metros de vão, quando a distância média entre as torres é de 250 metros.

 

Segundo o engenheiro elétrico Gilberto Yamamura, da Divisão de Engenharia de Manutenção Elétrica, a elevação dos cabos vai adequar a linha de transmissão ao Plano de Contingência de Cheias. Ele explica que o nível do Rio Paraná, a jusante da barragem, depende da operação da usina e da vazão do Rio Iguaçu, e que uma cheia dessa magnitude nunca ocorreu. “É uma situação extrema, o rio nunca chegou a esse nível, mas a empresa quer ter esta segurança na operação”, afirmou.

 

Para elevar os cabos foi preciso substituí-los por outros mais leves, mas sem influenciar a capacidade de transmissão da linha. Os cabos novos têm menor diâmetro e são 30% mais leves que os antigos (pesam 377 kg por quilômetro de cabo, contra os 540 kg dos antigos). Deste modo, foi possível esticá-los mais, reduzindo assim a “barriga” (catenária) formada pelo seu próprio peso. O estudo de substituição dos cabos foi feito com o apoio da Divisão de Engenharia Eletromecânica.

 

A operação está sendo executada por 15 funcionários da empresa paraguaia Tecno Electric. Segundo Yamamura, toda a equipe foi treinada de acordo com os requisitos da NR-10, que trata da segurança do trabalho. Também foi exigida da empreiteira uma relação das tarefas que seriam realizadas, os riscos e as medidas de controle. Todos os equipamentos foram vistoriados. “Essas medidas são fundamentais para garantir a segurança do pessoal.”

 

Já foram trocados dois cabos e um pára-raios. Se não chovesse, o trabalho seria concluído nesta terça-feira, com a troca do último cabo condutor.

 

A operação neste trecho específico requer equipamentos especiais. Para fazer a troca, foi posicionada uma máquina na margem esquerda, que faz a função de freio para segurar o cabo novo e ir soltando lentamente. O cabo antigo foi então preso ao novo por uma luva de aço e posicionado no alto da torre.

 

Do outro lado, na margem direita, outra equipe operou um guincho que puxou o cabo antigo, trazendo preso a ele o cabo novo. À medida que o cabo novo passava pela torre, um técnico colocava as novas esferas de sinalização. Ao chegar do outro lado do rio, o cabo antigo foi separado do novo e este foi preso à linha de transmissão, completando o trabalho.