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Meio Ambiente
ANA adota Cultivando Água Boa como referência
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09/12/2007

O Programa Cultivando Água Boa foi selecionado pela Agência Nacional de Águas (ANA) como um dos “cases” apresentados no Seminário sobre Gestão Integrada de Recursos Hídricos para Jornalistas e Assessores, realizado na quinta-feira (6), em Brasília. A apresentação foi feita pelo diretor de Coordenação e Meio-Ambiente da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich. Ele atribuiu o êxito que o programa vem alcançando nos 29 municípios lindeiros ao reconhecimento das comunidades como principais agentes da mudança.

 

O evento, realizado no auditório da ANA, teve como principal objetivo promover maior integração entre os profissionais que atuam como assessores de imprensa nos órgãos governamentais de gestão de recursos hídricos (conselhos, secretarias, comitês e agências de  águas) e jornalistas que cobrem temas ambientais na imprensa local e regional. 

 

“O papel de Itaipu não é fazer. É participar do fazer,” afirmou. Ao explicar as principais concepções do programa, Friedrich destacou dois aspectos inovadores: a nova abordagem conceitual do Cultivando Água Boa, que atua em toda bacia hidrográfica do Paraná III e a ênfase atribuída à educação ambiental, dentro e fora das escolas.

 

“O que nós estamos construindo, na realidade, é uma grande política de educomunicação, ativa e reflexiva. O Cultivando Água Boa não é um simples programa ambiental. É um espaço de construção de uma nova cidadania, por meio do diálogo e da participação”, explicou. Ele enfatizou que a responsabilidade socioambiental está articulada e impregnada em todas as ações de comunicação de Itaipu.

 

Falando com muita empolgação e entusiasmo sobre a mobilização desencadeada pelo Programa em toda região, Friedrich defendeu o uso de um novo método de educação popular, de inspiração Freireana, que ele denominou de “ecopedagogia”. Trata-se de uma proposta educativa construída a partir da realidade local, envolvendo pessoas de todas as idades. Seu objetivo é induzir práticas emancipatórias e ambientalmente sustentáveis por meio da reflexão-ação.

 

“Precisamos pensar e agir simultaneamente. O planeta está tão enfermo que não dá para esperar. A filosofia do programa é agir localmente, conectando as transformações em cada comunidade e em cada microbacia com o enfrentamento do desafio do aquecimento global”, detalhou Friedrich.

 

Para o diretor de Itaipu, a força transformadora do Cultivando Água Boa está no poder de convencimento e da sensibilização, não no volume de recursos investido. “Se você quer estragar uma boa idéia, comece a falar de dinheiro”, declarou. Ele explicou que o Pacto das Águas – um compromisso construído de forma participativa e assumido pelas comunidades – é o primeiro passo para o processo de mudança.

 

Educando a nova geração

 

O envolvimento das comunidades escolares foi destacado como um ponto forte do programa. A distribuição da cartilha “Mundo Orgânico” para os alunos dos 29 municípios e a montagem da peça teatral “Matita” foram apresentadas como ações que geraram efeito multiplicador, inspirando, por exemplo, a criação de mais de duas mil hortas orgânicas em todas região.

 

Friedrich ressaltou, ainda, o envolvimento das merendeiras na  elaboração de receitas culinárias que utilizam a produção orgânica local, assegurando aos alunos das escolas públicas uma alimentação mais saudáveis. Graças ao comprometimento das prefeituras dos municípios lindeiros, os recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) estão sendo utilizados para a aquisição direta de produtos orgânicos, gerando renda para os agricultores familiares.

 

“O Cultivando Água Boa articula um amplo conjunto de projetos e ações que está produzindo uma verdadeira mudança cultural na região. As pessoas passam a se relacionar e interagir com o meio ambiente de outra forma, buscando um modo de vida sustentável. Os resultados alcançados são extraordinários, tanto quantitativamente quanto qualitativamente,” conclui Friedrich.