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A segunda ponte ligando o Brasil ao Paraguai, entre as cidades de Foz do Iguaçu e Puerto Franco, poderá desafogar o tráfego e mudar o panorama econômico e turístico da região. O edital para contratação da obra foi publicado no final de dezembro pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

A expectativa é que nova ligação sobre o Rio Paraná, quando concluída, reduza o fluxo de cerca de 1,5 mil caminhões e máquinas que, atualmente, passam pela Ponte Internacional da Amizade – construída em 1965 e hoje a principal ligação de Foz do Iguaçu à Ciudad del Este, também no país vizinho.

Com a redução do fluxo de veículos pesados, os mais de 30 mil carros de passeio e motocicletas atravessarão a fronteira, diariamente, com mais comodidade e rapidez. Já os caminhões, que hoje muitas vezes são obrigados a esperar o tráfego de pedestres para poder cruzar os países, poderão passar pela nova ponte a qualquer hora.

A publicação do edital ocorre após mais de 20 anos de discussões entre Brasil e Paraguai. De acordo com o Dnit, as propostas devem ser entregues até o dia 1º de março de 2013, data da abertura dos envelopes.

Parceria

A Itaipu Binacional, a partir do Projeto Beira Foz, passou a acompanhar o desenvolvimento do projeto da segunda ponte, fazendo gestão junto aos órgãos competentes para acelerar o processo. Na última sexta-feira (11), a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, de férias em Foz do Iguaçu, recebeu o prefeito Reni Pereira e o assistente do diretor-geral, Joel de Lima, para discutir o assunto.

De acordo com Joel de Lima, Gleisi reafirmou a parceria do governo federal com o município, tanto para a construção da ponte como para obras complementares. “Em breve, será lançado o edital das avenidas de acesso à ponte pelo lado brasileiro e também da avenida Perimetral Leste”, antecipou Joel.

O prefeito Reni Pereira disse que a segunda ponte consolidará vários projetos envolvendo o município e o desenvolvimento da região de fronteira. Opinião semelhante tem o vice-ministro de Relações Exteriores do Paraguai, Manuel María Cáceres. Em entrevista ao jornal paraguaio ABC Color, Cáceres disse o projeto é prioridade para o país. “A segunda ponte é uma necessidade para descongestionar o intenso tráfego da Ponte da Amizade”, declarou.

A licitação

A licitação para construção da nova ponte ligando Brasil e Paraguai será feita pelo Regime Diferenciado de Contratação (RDC), ou seja, vencerá a concorrência a empresa que oferecer o menor preço. No entanto, caso o lance de menor valor não atenda as exigências do edital, uma comissão avaliará a proposta subsequente.

Embora não tenha sido divulgado o valor, a previsão inicial do investimento é de R$ 180 milhões e será financiado pelo Brasil, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Como vai ser

De acordo com o edital, a nova ponte terá 760 metros de extensão e contará com duas pistas, dois acostamentos, duas barreiras, duas faixas de pedestre e dois guarda-corpos. As faixas de tráfego receberão pavimento flexível de concreto betuminoso, com espessura de 7 centímetros.

O edital ainda prevê que a ponte será do tipo estaiada, ou seja, suspensa por cabos e constituída de mastros. O vão estaiado terá extensão de 380 metros. O prazo previsto para sua construção é de 960 dias.

O projeto inicial prevê também a ligação rodoviária de acesso à ponte com 14,4 quilômetros de extensão, três obras de artes, três rotatórias alongadas e dois centros de fronteira para o controle de entrada e saída e operações aduaneiras.