A Itaipu, em parceria com a Agrale e a Stola do Brasil, apresentará em primeira mão, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro, o utilitário Agrale Marruá Elétrico, o último integrante da família de protótipos do Projeto VE, capitaneado pela usina binacional.

O novo protótipo, com tração 4x4, será equipado com motor elétrico de potência nominal de 40 kW (54 cv) e torque de 130 Nm (13,3 kgfm), podendo atingir o dobro da potência e torque em condições de pico. Esse propulsor é refrigerado a água, o que permite uma redução significativa da sua dimensão e peso (79,5 kg).

O veículo tem duas baterias de sódio, com autonomia de aproximadamente 100 quilômetros e tempo de recarga de 8 horas em tomadas de 220 V. As baterias são recicláveis e apropriadas para clima tropical; utilizam matéria-prima em abundância no Planeta e são três vezes mais leves que a bateria chumbo-ácido convencionais.

O projeto

O Projeto Veículo Elétrico (VE) é uma parceria das Itaipu Binacional, a maior geradora de energia limpa e renovável do Planeta, e a KWO – Kraftwerke Oberhasli AG, que controla usinas hidrelétricas na região dos Alpes, na Suíça. O acordo foi formalizado em maio de 2006.

O objetivo é pesquisar soluções de mobilidade elétrica que sejam técnica e economicamente viáveis e que possam minimizar o impacto das fontes sujas de energia, como os combustíveis fósseis. Convidada pela KWO para coordenar o projeto, Itaipu avaliou a iniciativa como sustentável, de caráter ambiental e capaz de propiciar transferência de tecnologia.

Apenas nos primeiros cinco anos de Projeto VE, mais de 50 protótipos saíram do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Montagem de Veículos Elétricos (CPDM-VE), construído dentro de Itaipu, no galpão G5, com recursos da Eletrobras. É a maior linha de montagem de elétricos do País.

Os protótipos, modelo Palio Weekend, viabilizados a partir de parceria com a Fiat, levam bateria Zebra (Zero Emission Battery Research Activity) e motor elétrico de 15 kW (20 cv). Têm autonomia de 100 quilômetros, podendo alcançar velocidade máxima de 110 km/h, e exigem tempo de recarga da bateria de 8 horas.

O desafio do Projeto VE é chegar a um modelo com autonomia de 450 quilômetros, velocidade máxima de 150 km/h e recarga de apenas 20 minutos. Com robustez e preço compatível com o mercado convencional.

Pista de testes

Além de produzir, Itaipu é a maior pista de testes para o VE. Os modelos que saem do G5, equipados com ar-condicionado, transportam empregados dentro e fora da usina. São 120 pontos de recarga.

Os protótipos rodam também em outras empresas do sistema elétrico e até pelas ruas de Curitiba e do Arquipélago de Fernando de Noronha. Além de não poluir o ambiente, um detalhe chama a atenção do condutor: o silêncio. O motor elétrico não produz ruído.
Ônibus e caminhão elétricos

Além do transporte individual, o Projeto VE busca soluções para transporte de carga e de passageiros. Surgiu dessa preocupação o primeiro caminhão elétrico da América Latina, em parceria com a Iveco – braço da Fiat para veículos pesados. Lançado em agosto de 2009, o Iveco Daily Elétrico cabine dupla ganhou o Prêmio Destaque Tecnológico no congresso da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE).

O utilitário elétrico da Itaipu tem motor de 40kW, autonomia de 100 quilômetros e pode alcançar velocidade de 70 km/h. Leva até sete pessoas e carga de 2,5 toneladas. O veículo funciona com três baterias Zebra, de 165 kg cada.

Na sequência do carro e do caminhão elétricos, o VE desenvolveu o primeiro ônibus 100% elétrico do País, que poderá contribuir no transporte de empregados e turistas do setor elétrico.

O passo seguinte foi viabilizar a produção de um ônibus híbrido, movido a eletricidade e a etanol, com capacidade para 34 passageiros. A estreia do novo veículo foi durante a Cúpula de Presidentes do Mercosul, em Foz do Iguaçu, em dezembro de 2010.

O veículo reflete a preocupação ambiental de Itaipu e parceiros: a emissão de CO2 no funcionamento do motor com etanol é compensada pela absorção do gás durante a produção da cana-de-açúcar. No balanço, a emissão é zero.

Nacionalização

O alto custo das baterias é considerado uma das principais barreiras à popularização dos veículos elétricos. Para superar essa dificuldade, o Projeto Veículo Elétrico obteve R$ 30 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. A Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI) será a gestora do financiamento.

O objetivo é nacionalizar a tecnologia aplicada ao produto. As baterias Zebra, que alimentam os VEs, são importadas da Suíça. Totalmente recicláveis, são feitas à base de sódio, níquel e cádmio.

A ideia é desenvolver um similar nacional, com equipes trabalhando na Itaipu e na KWO. O primeiro importante passo do projeto foi a inauguração, em setembro de 2010, em Meiringen, na Suíça, de um laboratório para o desenvolvimento da nova bateria de sódio.

Veículo elétrico e smart grid

Além dos pontos de recarga tradicionais, o veículo elétrico pode ser abastecido com fontes alternativas de energia, como os painéis solares integrados à rede elétrica. Em Itaipu, há painéis instalados no Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Montagem de Veículos Elétricos.

A solução vai ao encontro do conceito smart grid, ou redes inteligentes. Por esse sistema, o VE poderá atuar no futuro como no break residencial, em caso de falta de energia. Em horários de pico, vários veículos elétricos auxiliariam no fornecimento de energia para a rede elétrica, recarregando as baterias nos horários de baixo consumo.

As inovações tecnológicas do VE e a preocupação com o meio ambiente foram reconhecidas pela Eletrobras. Itaipu representa a holding nas reuniões sobre veículo elétrico e smart grid nas reuniões do e8, o grupo do G8 que reúne as maiores empresas do setor elétrico do mundo.

Para mais informações e entrevistas, favor contatar:

Assessoria de Imprensa da Itaipu Binacional
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55 45 3520-5230

Celso Novais – Coordenador do Projeto VE
cnovais@itaipu.gov.br [2]