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Lula fala sobre a integração latino-americana na aula inaugural. [1]

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ministrou a aula inaugural da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, na tarde de quinta-feira (2), no Cineteatro Barrageiro, na Itaipu – empresa que desde o início apoiou o projeto da nova universidade. “A Unila sempre foi uma obsessão minha”, ressaltou o presidente. “Quando terminar o meu mandato, passarei a faixa com a consciência tranquila, ciente de que deixei, em cada um dos alunos dessa universidade, a semente da integração”.
       
Lula enfatizou a importância da universidade para o crescimento dos países vizinhos ao Brasil e para a construção de um bloco mais forte e unido. “É bom ter riquezas, mas queremos que nossos vizinhos também sejam ricos, para que possamos partilhar as conquistas. A maior conquista da América Latina é a autoestima. Hoje, temos orgulho de sermos daqui, e esse sentimento deve ser cada vez maior”, enfatizou Lula.
            
O presidente também carimbou um selo personalizado comemorativo à aula inaugural da Unila, e foi presenteado com uma medalha celebrando a ocasião. Também foi assinado o decreto criando a Comissão Permanente para o Desenvolvimento e Integração Fronteiriça. “Muita gente pensa que a fronteira é o ‘fundo do quintal’, mas ela é a sala de visitas da sociedade. A criação dessa Comissão ainda não é o ‘PAC das Fronteiras’, mas pode ser um primeiro passo nessa direção”, disse o presidente.
        
A solenidade teve ainda a participação dos diretores-gerais de Itaipu, Jorge Samek (Brasil) e Gustavo Codas (Paraguai) e de nove ministros: Paulo Vanucchi (Direitos Humanos), Alexandre Padilha (Secretaria-Geral), João Santana (Integração), Paulo Bernardo (Planejamento, Orçamento e Gestão), Márcia Lopes (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), José Gomes Temporão (Saúde), Fernando Haddad (Educação), Nilcéia Freire (Secretaria Especial de Política para as Mulheres) e Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência da República).
       
Também participaram da aula os reitores da Unila, Hélgio Trindade, e da Universidade Federal do Paraná, Zaki Akel, e o ministro da Educação paraguaio, Luis Alberto Riarte, entre outras autoridades.
   
Algo novo em Foz
     
O reitor da Unila agradeceu a todas as pessoas e instituições que colaboraram para a criação da universidade, como a UFPR, universidades estaduais do Paraná, Parque Tecnológico de Itaipu e o Ministério da Educação. Jorge Samek, por sua vez, fez questão de agradecer ao conselho e a diretoria paraguaia de Itaipu, que, “em nome da educação, concordaram prontamente em ceder os 40 hectares para a construção da universidade.”
        
Para o ministro Fernando Haddad, a missão da Unila vai além da integração dos povos. “Temos condições de criar algo novo aqui em Foz do Iguaçu. A Unila não existe apenas para receber alunos e professores de outros países, ela é compartilhada; é tão brasileira quanto paraguaia, argentina, chilena, e de todos os latino-americanos”, falou.
     
Antes da fala do presidente, alunas da Unila, de quatro nacionalidades – brasileira, paraguai, uruguaia e argentina –, agradeceram o presidente e outras autoridades pela instituição da universidade. “Somos a unidade que nasceu sob o signo da luta e da integração e não aceitamos ser discriminados. E que venham outros hermanos”, disse a estudante brasileira Betânia Cristina Neves, que, depois do discurso, ganhou um forte abraço de Lula.

Cápsula do tempo    
       
Sob aplausos e gritos entusiasmados de 130 crianças de Foz do Iguaçu, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lacrou, nesta quinta-feira (2), a cápsula do tempo da Unila. A cápsula foi enterrada no Portal do Conhecimento, próximo da barreira de controle da Itaipu. Nela foram depositadas as projeções sobre a região, o Brasil e o Mundo escritas por mais de 3 mil crianças de escolas municipais de Foz. O lacre foi feito com ajuda de um guindaste, que içou a pedra de 400 quilos, responsável pelo fechamento.
            
O cartão de memória de uma das câmeras que fotografavam a cerimônia foi cedido por um fotógrafo para ser colocado na cápsula. A iniciativa surgiu do pedido presidente, que solicitou que a imagem daquele momento fosse colocada juntamente das cartas no compartimento que será aberto no cinquentenário da Unila, em 12 de janeiro de 2060.
    
“Essa foto tem que ser revelada e colocada na cápsula. Temos que registrar cada criança que está aqui”, disse o presidente, que não discursou durante o ato solene.
     
Na cerimônia, Lula, acompanhado por diversos ministros como Fernando Haddad (Educação), organizou os estudantes para depósito das últimas cartinhas. Ele também posou para fotos com alunos da Unila, os últimos a depositaram cartas na cápsula, e com crianças das escolas municipais Arnaldo Isidoro de Lima, Padre Luigi Salvacci e Najla Barakat.