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Em 2024, o Brasil tem a honra de sediar o encontro do G20, um dos eventos mais importantes no cenário global para discussão do futuro do planeta. E, como suporte para esse evento, a Itaipu Binacional está empenhando a energia da maior hidrelétrica do mundo em geração acumulada ao longo da história, além de recursos, infraestrutura e conhecimento para o sucesso das reuniões, principalmente as que ocorreram entre 30 de setembro e 4 de outubro em sua cidade-sede, Foz do Iguaçu, no Paraná, na fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. Mas por que uma usina hidrelétrica como Itaipu, baseada na matriz mais tradicional e predominante no Brasil, assumiu a vanguarda para a discussão e proposição de iniciativas para a transição energética do planeta?
Itaipu Binacional, a maior hidrelétrica do mundo em geração acumulada – mais de 3 bilhões de MWh desde 1984. Foto: Caio Coronel – Acervo Itaipu Binacional.
A energia hidrelétrica já é considerada uma das formas mais limpas de geração de eletricidade, pois se utiliza de um recurso renovável, a água que passa por suas turbinas, e que não é consumida durante o processo de produção. Também tem impacto muito menor na emissão de gases de efeito estufa em sua operação do que outras matrizes, principalmente a partir de recursos não-renováveis, como o petróleo e o gás natural. Isso torna-se particularmente importante no contexto da transição energética, onde a redução das emissões de carbono é uma prioridade em todo o planeta.
Além de apoiar diversas reuniões preparatórias, prévias à reunião dos Chefes de Estado, que acontecerá em novembro, no Rio de Janeiro, a Itaipu também está apoiando o Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20, sob coordenação do Ministério de Minas e Energia do Brasil, e que faz parte da “Trilha de Sherpas”. Os temas prioritários desse grupo são: formas de acelerar o financiamento das transições energéticas; a dimensão social da transição energética; e perspectivas de inovação de combustível sustentável, como a biomassa e o biogás.
A hidrelétrica desempenha um papel de destaque na organização e logística para o encontro do G20. Em colaboração com o Governo Federal, Itaipu definiu os locais que sediaram a reunião ministerial do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20, bem como as reuniões da Clean Energy Ministerial (CEM) e da Mission Innovation (MI), que aconteceram entre 30 de setembro a 4 de outubro de 2024, nos hotéis Mabu Thermas Grand Resort e Bourbon Cataratas do Iguaçu Thermas Eco Resort. As delegações internacionais debateram e procuraram consensos sobre a transição energética e o acesso universal à energia limpa e renovável, para todas as pessoas, em todos os países.
Itaipu também assumiu a vanguarda da mobilidade elétrica no Brasil. A partir dos anos 2000, a usina desenvolveu um projeto de veículos elétricos em parceria com várias montadoras, que inclusive contou com a montagem de veículos dentro da própria usina, e com pesquisas tecnológicas desenvolvidas em parceria com o Itaipu Parquetec (ex-Parque Tecnológico Itaipu - PTI), para aprimoramento de baterias e de estações de recarga.
Os investimentos de Itaipu e parcerias com instituições de pesquisa vão além do financiamento de projetos de inovação: na própria usina, Itaipu Binacional e o Itaipu Parquetec abrigam laboratórios de inovações em soluções sustentáveis. Dentre eles, o Laboratório de Síntese e Caracterização de Materiais e pesquisas em hidrogênio da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila); o Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDT) do Itaipu Parquetec; além da Unidade de Demonstração de produção de Biogás – Biometano e projetos de hidrogênio do CIBiogás.
Um marco dessa linha de atuação foi a inauguração em Itaipu, em junho de 2024, de uma planta para a produção de querosene verde, o petróleo sintético extraído a partir de biogás. Desenvolvida em parceria entre o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) e o projeto H2Brasil, esta é uma iniciativa conjunta do governo brasileiro e do governo alemão, incluindo o investimento de 1,8 milhão de euros do Ministério Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ). A Unidade de Produção de Hidrocarbonetos Renováveis, localizada dentro da área da usina, é pioneira no foco da geração de combustível sustentável para aviação (Sustainable Aviation Fuel - SAF). Essa linha de pesquisa e desenvolvimento está em conformidade com a aprovação recente de um projeto de lei pela Câmara dos Deputados brasileira, que estabelece o uso do SAF pelas companhias aéreas que atuam no Brasil, visando a redução de 1% nas emissões em 2025, até chegar a 10% em 2035.
Hidrogênio verde é matéria prima abundante e promissora em Itaipu para o desenvolvimento de novas pesquisas e parcerias com outras instituições. Foto: Caio Coronel – Acervo Itaipu Binacional.
Em breve será testada no reservatório de Itaipu a eficácia de placas solares flutuantes, ampliando ainda mais a capacidade de produção limpa e renovável da usina. Foto: Daniel de Granville – Acervo Itaipu Binacional
A Itaipu Binacional também está desenvolvendo um projeto de usina solar flutuante no reservatório da usina, em caráter experimental, com capacidade de 1 MWp (Megawatt-pico), para aproveitar não só a força das águas como a otimização do uso da superfície do lago. Com valor estimado em U$ 1 milhão, esse projeto binacional já realizou a licitação para contratação dos equipamentos, instalação, comissionamento e assistência técnica, em licitação, por consórcios binacionais, formados por empresas brasileiras e paraguaias. Os painéis serão posicionados no lado paraguaio do reservatório e a energia gerada vai atender parcialmente o consumo interno da própria usina.
A educação e a capacitação são fundamentais para o sucesso das iniciativas sociais de Itaipu. A usina tem promovido programas de formação e treinamento em energias renováveis e geração distribuída, visando capacitar profissionais e disseminar conhecimentos na área, em diversas áreas. São programas que incluem cursos, workshops e seminários, além de parcerias com universidades e centros de pesquisa, por meio da Universidade Corporativa Itaipu.
Com o Programa Itaipu Mais que Energia surgiu a necessidade de capacitar os municípios do Paraná e sul do Mato Grosso do Sul para aplicação de recursos e tecnologias nas obras derivadas dos convênios com a binacional, intermediados pela Caixa Econômica. Foto: Alexandre Marchetti – Acervo Itaipu Binacional
Itaipu também desenvolve projetos comunitários de geração distribuída, dentro do Programa Itaipu Mais que Energia, visando beneficiar diretamente as comunidades locais de sua região de influência direta – o estado do Paraná e o sul do Mato Grosso do Sul. Um exemplo é o projeto de energia solar em escolas e centros comunitários, que não só fornece energia limpa e renovável, mas também serve como ferramenta educativa para a conscientização sobre a importância das energias renováveis.
A implantação de placas solares trouxe benefícios a comunidades rurais com a de Nova Santa Rosa, no oeste do Paraná, beneficiada pelo Programa Itaipu Mais que Energia. Foto: Edino Krug – Acervo Itaipu Binacional.