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A Universidade Federal de Integração Latino-Americana (Unila) deu mais um importante passo para a sua implantação em Foz do Iguaçu, com o debate público promovido na última sexta-feira no Parque Tecnológico Itaipu (PTI) reuniu um senador e dois deputados federais, além de reitores de universidades do Mercosul, membros da Comissão de Implantação (CI) da Unila e representantes de órgãos da educação. O projeto de lei que cria a Unila tramita atualmente na Comissão de Educação e Cultura, da Câmara Federal, e tem como relator o deputado federal Ângelo Vanhoni (PT-PR), que participou do evento.

Além de mostrar o empenho dos parlamentares pela aprovação da Unila, o encontro reuniu sugestões sobre como vai operar a futura universidade federal. Para o presidente da Comissão de Implantação da Unila, professor Hélgio Trindade, todas as contribuições foram válidas para moldar a universidade.

“A Unila resultará do balanço entre as virtudes e os problemas de outras instituições que a precederam. Devemos aprender com as experiências do passado e olhar para o futuro”, afirmou.

O senador Cristovam Buarque (PDT), que preside a Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, sugeriu uma convivência entre o ensino superior e o ensino básico, e que a Unila fomente maiores investimentos na educação. “Não vamos ter universidades de qualidade enquanto não se investir no ensino básico”, afirmou. O senador também sugere a convivência entre profissões e especialidades na formatação dos cursos da Unila. “Ao invés de formar engenheiros, que se formem especialistas em energia, com conhecimento multidisciplinar”, exemplificou.

A convivência também deve se dar entre universidades da América Latina, acredita o prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo MacDonald. Para ele, a Unila será um importante centro de integração entre as instituições de ensino superior do continente. “Poderia ser criado o prêmio Unila, para premiar as universidades que mais se destacarem na América Latina”, sugeriu.

As sugestões também passaram pela estruturação da universidade, chegando à metodologia para seu acesso. Para o diretor de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Friedrich, a questão ambiental deve permear todos os cursos da Unila, de forma transversal. “Oito dos quinze países megadiversos do mundo estão na América Latina”, informou. “Esta é uma grande razão para se pregar o desenvolvimento sustentável na universidade." Na visão do assistente do diretor-geral brasileiro, Paulino Motter, integrante da CI, a Unila deverá abraçar critérios de acesso que incluam ações afirmativas, como o sistema de cota.

Integração política e cultural

Já Vanhoni acredita que a integração entre os países deve se dar pelo viés cultural. “Para construir uma verdadeira e longeva integração deve se procurar os valores simbólicos que unem os povos”, acredita. Literatura, cinema, teatro e outras artes, segundo o deputado, devem ser utilizadas para o fim de integração. “Atualmente não há nada nessa área que une os países”, informou Vanhoni, “não sabemos nada do cinema argentino, nem eles sabem do nosso.”

O deputado federal Ângelo Vanhoni, ao                   lado do senador Cristovam Buarque

O encontro mostrou que a implantação da Unila é questão de tempo. A união de diversos fatores, ao ver do diretor-geral brasileiro, Jorge Samek, também sinaliza o sucesso na empreitada. Para ele, a participação no debate do senador Cristovam Buarque, conhecido por sua longa história de defesa pela educação, do deputado Vanhoni como relator do projeto, e do deputado Dr. Rosinha, que preside o Parlasul, são coincidências bem-vindas e que podem acelerar o processo de implantação da Unila.

“Devemos pensar grande, começar pequeno e andar rápido”, citou o diretor-geral brasileiro, usando como exemplo o PTI, que surgiu como um projeto e hoje é pólo científico e tecnológico da região.