O Ecomuseu está sendo, de quinta-feira a sábado, o berço de idéias que podem salvar importantes patrimônios culturais do esquecimento e da degradação. Com o apoio da Itaipu, o espaço abriga um encontro de dirigentes latino-americanos do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), além de representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná.

Com o tema “O espírito do lugar”, o objetivo do evento é debater, a partir das experiências mexicana, argentina, chilena, paraguaia e brasileira, estratégias para a conservação de bens materiais e imateriais, além de procedimentos para a avaliação, por parte da Unesco, de produtos culturais que possam ser considerados patrimônios da humanidades. A reunião acontece a pedido do vice-presidente do Icomos para as Américas, o argentino Carlos Pernault, e é promovida pela representação do Icomos no Brasil, presidida pela arquiteta curitibana Rosina Parchen.

A aparentemente abstrata discussão sobre “O espírito do lugar” foi explicada pelo arquiteto Eugênio de Ávila Lins, vice-presidente do Icomos no Brasil. “O espaço arquitetônico histórico e o bem cultural são espaços do espírito. Preservar esses patrimônios, portanto, é preservar também o espírito e a identidade de um povo”, diz. O encontro vai resultar em um documento que representará a visão do Icomos no continente americano. Ele será levado à assembléia internacional da instituição, que vai acontecer entre setembro e outubro, em Quebec, no Canadá, e que também terá o tema “O espírito do lugar” como fio condutor.

Segundo Rosina Parchen, o encontro não acontece no Ecomuseu por acaso. “Foz do Iguaçu foi escolhida pelo excelente trabalho que realiza na proteção do seu patrimônio natural, pela localização que congrega três países, e pelas ações do Ecomuseu, que é filiado ao Icomos”, justifica. “Foi fundamental também o apoio de Itaipu, sem o qual essa reunião não teria acontecido”, ressaltou Rosina.