Jacarés, onças, jabutis, antas, capivaras, aves aquáticas e outros animais do Refúgio Biológico Bela Vista podem dar seus mergulhos mais tranqüilos. Uma inovação no sistema de filtros tem garantido água límpida e transparente nos lagos onde vivem esses bichos. Baseado no modelo do Parque das Aves, o sistema de filtros utiliza bactérias e lâmpadas ultravioletas para eliminar matéria orgânica e algas verdes, respectivamente, e purificar a água dos lagos. Mas uma mudança na lógica de um dos filtros está promovendo maior eficiência nesta limpeza.
O filtro utiliza bactérias que consomem toda matéria orgânica (fezes, urina, folhas em decomposição, etc) suspensa na água. Uma bomba capta a água do lago e leva para um tanque de concreto repleto de centenas de pequenas esponjas. Essas esponjas carregam as inúmeras bactérias que se alimentam com voracidade da “sujeira” contida na água. Purificada, a água segue por cano para um segundo filtro.
É neste filtro que ocorreu a inovação. A água passa por quatro lâmpadas de luz ultravioleta que elimina as algas verdes, imunes à ação das bactérias e responsáveis pelo odor malcheiroso e pela turbidez da água. “A eficácia é total, porque a água é forçada passar por este cano”, explicou o responsável pela invenção, Manoel Ronaldo Fonseca, assistente técnico da área de manutenção hidráulica e mecânica.
Segundo ele, no antigo sistema as lâmpadas ficavam dispostas em uma caixa de concreto, no chão, e a água passava por elas em sentido horizontal. Havia pouca exposição da água à luz. No novo sistema, a água precisa subir um cano, no sentido vertical, e fica exposta por mais tempo aos raios ultravioletas.
O resultado pode ser visto em seis lagos no zoológico do Refúgio que respiram limpeza. “Essa água aí você não conseguia enxergar o fundo. Veja como está agora”, comemorou, apontando para o lago, o técnico especializado Marcos José de Oliveira, responsável pelo manejo dos animais de cativeiro do Refúgio Biológico.
De acordo com ele, o sistema de filtros proporciona economia de água e menor manutenção. “Antigamente precisávamos esvaziar os lagos a cada quinze dias para limpá-los – toda a água era descartada. Agora, os filtros fazem a limpeza constante e não desperdiçamos água”, explicou.
A construção dos novos filtros de luz ultravioleta foi feita pela Divisão de Obras, informou Fonseca. Uma chapa reta foi transformada em cano, foram soldadas as tampas e o fundo e colocada a entrada e a saída da água, além da parte elétrica. Uma análise na água filtrada em um dos lagos comprovou eficiência de 77%. Um número a se comemorar. A intenção do inventor Fonseca é difundir a inovação em outros zoológicos. "Sinto satisfação em ver que o sistema funciona.”
