Comunidades indígenas do Brasil, Paraguai e Argentina estão discutindo em Foz do Iguaçu uma forma de padronização de atendimento e acesso à saúde básica na Tríplice Fronteira. O objetivo é traçar prioridades e ações que possam atender as aldeias, de acordo com a especificidade de cada comunidade.

O 1º Encontro de Líderes Indígenas reúne no Refúgio Biológico Bela Vista cerca de 40 pessoas, entre autoridades indígenas e sanitárias dos três países, além de representantes dos Ministério de Saúde Pública do Brasil e Paraguai, Unicef/ Paraguai e Funasa.

“Essa reunião visa dar subsídios ao Grupo de Trabalho Itaipu Saúde Itaipu no planejamento de ações que serão executadas pelo Programa Saúde na Fronteira”, explica Joel de Lima, coordenador do programa.

Problemas e prioridades

Hoje, o maior problema dos índios que chegam ao Brasil em relação à questão de saúde é a falta de documentação pessoal, o que inviabiliza o acesso à saúde, explica Ana Maria Nóbrega de Góes, chefe de Divisão da Vigilância Epidemiológica de Saúde Ambiental da Funasa, voltada para a área indígena.

Só na área da Tríplice Fronteira vivem mais de 8 mil índios. Nos Departamentos (Estados) de Alto Paraná e Canindeyú, no Paraguai, são cerca de 14 mil índios. Na região Oeste do Paraná, 1.300 e na província (Estado) de Missiones, na Argentina, outros 1.400.

Sem documentação pessoal, não há laudo de saúde que comprove a vacinação dos índios, por exemplo.  Já no Brasil, a política de saúde pública prevê o atendimento das comunidades indígenas. A Funasa mantém postos de saúde próximos às aldeias.

No Paraguai, a situação é bem diferente, explica Jorge Escobar, secretário de Saúde de Alto Paraná, a prioridade é viabilizar postos de saúde móveis para as aldeias, o que garantiria o acesso dos índios ao atendimento básico de saúde.

Já na Argentina, ainda que em pequena escala, o principal problema é o alcoolismo, segundo Dora Rios de Saldias, diretora de Programa Comunitário da Província de Missiones.